Frederico Westphalen (Sexta-Feira, 21/06/2013, Gaudium Press) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, refletiu em seu mais recente artigo sobre a pergunta de Jesus, que escutaremos no Evangelho deste domingo: "Quem dizem às multidões que Eu sou?". Para ele o questionamento continua a pedir uma resposta em cada geração, pois existem muitas opiniões em relação a Jesus.

De acordo com o prelado, Jesus é reconhecido como um homem que lutou pelo amor, fraternidade, paz e justiça. Além de ser admirado pela preferência em favor dos pobres, desfavorecidos, marginalizados e desprezados. Dom Antônio ressaltou que Ele é apreciado pela coragem que teve em afrontar o poder instituído, a honestidade e nobreza de alma, a sua dignidade e determinação perante a morte, mas tal como os escribas e fariseus do seu tempo Jesus não é reconhecido como o Messias prometido.

"Os próprios discípulos ainda não o viam como tal. Não tinham compreendido que a sua missão era o oposto daquilo que pensavam", completa.

Então, segundo o bispo, surge a segunda pergunta: "E vós, quem dizeis que Eu sou?". Pergunta que Pedro responde prontamente, porque entende que Jesus, no momento próprio agirá como um simples líder humano e vitorioso. Para dom Antônio, é daí que vem a ordem de silêncio que Jesus lhes impõe, pois o seu triunfo passava pela humilhação, pela derrota e não pelo êxito e glória humanas.

"Em Jesus, Deus mostrou que o maior crime cometido pelos homens pode ser transformado num ato de supremo amor que, como ouviremos na primeira leitura, ‘lavou o pecado e a impureza' derrotando a morte."

Com relação aos dias atuais, o bispo afirma que ainda hoje Jesus nos faz a segunda pergunta: "Quem dizes tu que Eu sou?". Conforme o prelado, acreditar em Jesus não significa professar a fé em um conjunto de verdades aprendidas quando se frequentou a catequese, mas acreditar em Jesus é segui-lo partilhando o seu próprio destino, fazendo-se um com Ele.

"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. O Senhor exige que se deixe de centrar a vida em si mesmo e nas preocupações egoístas; que se tenha a coragem de perder a própria vida; que cada um se empenhe diariamente em vencer as dificuldades, as provas e as seduções mundanas que nos envolvem", enfatiza dom Antônio.

Por fim, o bispo afirma que para isso é preciso aprender com Jesus a doar a própria vida permanentemente em casa, ao marido, à esposa, aos filhos, aos pais, aos avós; no prédio onde habito, aos vizinhos; no trabalho, compreendendo e auxiliando os companheiros; na escola, amparando aqueles que sentem dificuldades; na sociedade, assistindo voluntariamente os mais desfavorecidos; enfim, em tudo aquilo que possa fazer por amor dos outros, abandonando o egoísmo.

"Esse amor é o sinal de que estamos revestidos de Cristo, como nos diz São Paulo na segunda leitura deste próximo domingo. Todos devem poder reconhecer no cristão a presença da pessoa de Jesus pelo modo como procura compreender os outros, desculpar, ajudar e ir ao encontro daqueles que erram, perdoando e amando os que lhe querem mal", conclui. (FB)