Sarajevo - Bósnia-Herzegóvina (Sexta-feira, 03-08-2018, Gaudium Press) O Arcebispo de Sarajevo e primaz da Igreja na Bósnia-Herzegóvina, cardeal Vinko Puljic afirmou em entrevista recente que "A Europa deve redescobrir suas raízes, sua identidade cristã. Somente assim não terá que temer o radicalismo islâmico."

Cardeal Puljic- solução para perseguição religiosa na Bósnia-Herzegóvina.jpg

Católicos migram da Bósnia-Herzegóvina

O cardeal descreveu a difícil situação pela qual passa este país balcânico. Calcula-se, disse ele, que anualmente o número de emigrantes católicos chegue à casa dos 10 mil. Isso tem trazido como consequência uma diminuição da comunidade católica na Bósnia-Herzegóvina para a qual o Purpurado aponta causas:

"É desde o fim da guerra que a nossa pequena comunidade (católica) continua diminuindo todos os anos, por causa da desigualdade tanto a nível político quanto jurídico. Alguns não encontram trabalho, outros, ao invés, têm um emprego mas não conseguem mais viver num país no qual não gozam dos mesmos direitos dos outros cidadãos."

Discriminação religiosa

Isto quer dizer que os católicos são discriminados tanto no campo político quanto no campo jurídico, desde que foi criada em 1995 a Federação croata-muçulmana, porque praticam a religião católica e não o islamismo e, na República sérvia da Bósnia-Herzegóvina porque, em sua maioria, os católicos são de origem croata.

A esse respeito, o Arcebispo de Sarajevo reconhece e sublinha as responsabilidades da comunidade internacional, "que não ofereceu a nós católicos o mesmo auxílio concedido a outros grupos".

Embora na Bósnia-Herzegóvina a Igreja católica procure promover a paz e a concórdia entre os habitantes, especialmente entre os jovens, promovendo iniciativas com esse objetivo, sobretudo no Centro São João Paulo II.

"Mas não podemos conseguir isso sozinho, porque somos uma pequena realidade" da população, afirma cardeal arcebispo.
Existe ainda uma outra grave dificuldade que complica a situação de discriminação religiosa contra os católicos. É aquela representada pelo Islã radical, cada vez mais difuso na Bósnia-Herzegóvina.

Ameaças do Islã radical

"Há um grande investimento por parte de países árabes que constroem mesquitas e até mesmo vilarejos inteiros nos quais colocam os compatriotas provenientes de suas nações. Temos boas relações com os muçulmanos eslavos, mas com os islâmicos radicais provenientes do mundo árabe é difícil dialogar. Sobretudo porque, particularmente a nível político, ignoram nossa presença", disse Dom Vinko Puljic.

O Cardeal recordou que seu país é uma conhecida porta de acesso à Europa para o Islã radical e que assim tem-se propagado rapidamente por toda a Europa.

Por isso o Cardeal Puljic testemunha:
"Infelizmente, a Europa não conhece bem o Islã e não entende o que significa viver lado a lado com o radicalismo islâmico".

Solução

Para enfrentar este fenômeno que só cresce, Para contrastar o crescente fenômeno, o Arcebispo de Sarajevo e primaz da Igreja na Bósnia-Herzegóvina, cardeal Vinko Puljic em sua entrevista, aponta como solução partir novamente da redescoberta das raízes cristãs:

"Hoje em dia se dá atenção somente para o materialismo e não para a dimensão espiritual do homem. A Europa deve aprender a custodiar suas raízes cristãs, do contrário, continuará temendo o radicalismo". (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News e Agência SIR)