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Cidade do Vaticano (Terça-feira, 10-11-2015, Gaudium Press) O Estado da Cidade do Vaticano, como ente soberano que conta com suas próprias leis e um território determinado, também tem seu próprio exército -a Guarda Suíça Pontifícia-, sua própria bandeira -a já conhecida bicolor branca e amarela-, e também seu próprio hino, este último com mais de 140 anos de história.
Justamente a letra do hino vaticano foi composta pelo músico francês Charles Gounod, conhecido também pelas obras musicais da 'Ave Maria' e 'Fausto', em homenagem ao Papa Pio IX, para comemorar o aniversário de sua coroação pontifícia, sendo interpretado pela primeira vez no dia 11 de abril de 1869, quando se celebrava o jubileu sacerdotal do Santo Padre.
Tal como referiu naquele então o jornal vaticano L'Osservatore Romano, a marcha pontifícia do músico francês foi amplamente aplaudida e interpretada em sucessivas ocasiões.
Só seria até oito décadas depois que o Hino de Gounod era adotado oficialmente para o Vaticano. Em 1949 o Papa Pio XII estabeleceu substituir o Hino oficial de então -a "Marcha Triunfal" de Victorin Hallmayer, composta em 1857- pela "Marcha Pontifícia" de Gounod, já que contava com um tom religioso que ia mais de acordo com os tempos.
O Hino foi interpretado pela primeira vez na Vigília de Natal de 1949, e depois na Vigília do Ano Santo de 1950, que abriu o Papa Pio XII e levou por nome do "Jubileu do grande retorno e do grande perdão" -foi precisamente durante este tempo jubilar quando Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Maria diante da presença de quase 500 mil fiéis na Praça de São Pedro. Esta interpretação esteve a cargo da Banda da Guarda Palatina de Honra.
"A Marcha Pontifícia de Gounod, que revela a vigorosa personalidade do autor de 'Fausto', é uma composição de ritmo majestoso. A primeira parte, em tom Fá maior, começa com um acertado toque de trompete, ao que se une em pleno toda a orquestra criando uma atmosfera de grandeza serena. A segunda parte, no entanto, contrasta com a primeira: no centro domina um novo sentimento profundamente religioso que nasce de um sentido de superioridade espiritual. A terceira parte se inicia com um tom forte marcando quase uma separação imperiosa de toda solicitude terrena", descrevia o Maestro Antonio De Luca, então diretor da Banda Palatina.
Por ocasião do reconhecimento da "Marcha Pontifícia" de Grounod como Hino oficial do Vaticano, Dom Antonio Allegra, que foi organista da Basílica de São Pedro, compõs seu texto em italiano. Esta versão foi traduzida para vários idiomas, sendo em latim sua última tradução.
Atualmente, o Hino é interpretado pela Banda Civil, e soa somente para ocasiões solenes do Estado Vaticano, assim como durante as cerimônias que são presididas pelo Santo Padre ou seu representante. O Hino também é interpretado quando o Pontífice é recebido em outros países. (GPE/EPC)