Roma (Segunda-feira, 17-12-2012, Gaudium Press) Tradicionalmente no terceiro domingo do Advento, conhecido como "Gaudete", o Santo Padre faz uma visita à uma paróquia romana. Nesse domingo ele visitou São Patrício, na Colina Prenestina. Em sua homilia, Bento XVI relembrou que "Deus não exige nada de extraordinário" de nós, somente que "vivamos segundo o critério de solidariedade e de justiça". Ele "não é um Deus distante", mas "um Deus que está entre nós, um Deus bom e próximo". O tempo do Advento é um convite à alegria e à conversão.
Duas vezes por ano o Papa, como bispo de Roma, vai a uma das paróquias romanas. No início de seu pontificado, ele decidiu visitar as paróquias mais distantes do centro histórico, localizadas nos bairros mais modernos da cidade. O Papa escolhe sempre dois domingos especiais do ano: o terceiro domingo de Advento e o terceiro domingo de Quaresma, que tratam da alegria e quando os paramentos utilizados são de cor rosa.
Em sua chegada, o Papa foi acolhido calorosamente pelo público. Cumprimentou em seguida todos os sacerdotes da paróquia e algumas famílias com crianças pequenas e crianças deficientes. Entre as famílias havia uma senhora que apresentou seus três filhos. "Este é Antonio, Francisco e Bento". "Francisco, como vai?", perguntou o Papa ao menino um pouco tímido de quatro anos. Com um sorriso especial, abençoou o pequeno Bento e em modo muito carinhoso abençoou as crianças com deficiência.
Homilia
Na homilia, o Papa se deteve ao tema da alegria e da conversão para preparar a vinda do Senhor, os temas tratados pelo Advento. Notou que é necessário mudar a conduta de vida através da solidariedade e da justiça para acolher o amor de Deus, que nos convida à conversão "não por medo", mas para nos ajudar a acolher o seu amor.
"O Advento - recordou - é um tempo de empenho e de conversão para preparar a vinda do Senhor, mas a Igreja hoje nos faz aproveitar com antecedência a alegria do Natal que já está muito próximo. Na verdade, o Advento é também um tempo de alegria, porque nele se desperta nos corações dos fieis a espera pelo Salvador, e aguardar a vinda de uma pessoa amada é sempre motivo de alegria. Essa espera alegre está presente nas duas Leituras Bíblicas deste domingo. O Evangelho, ao contrário, corresponde à outra dimensão característica do Advento, que é a da conversão em vista da manifestação do Salvador, anunciado por João Batista".
Um Deus próximo
O Santo Padre na homilia voltou ao tema da proximidade de Deus a nós, da qual trata também as leituras de hoje. Deus "não é um Deus distante", mas "um Deus que está entre nós, Deus bom e próximo" que "se alegra em relação a nós". Ele encontrou a sua morada no ventre de Maria, a "Filha de Sião". Assim, a verdadeira alegria encontra seu cumprimento em Jesus, que nos traz a salvação, e "uma nova relação com o Senhor".
Tratando na segunda leitura da Carta de São Paulo aos cristãos de Filipos, o Papa convidou os fieis a confiar suas necessidades ao Senhor e a agradecer por tudo o que se recebe. "Paulo diz fortemente em outra Carta que nada pode se separar do amor de Deus, manifestado em Cristo. Somente o pecado nos distancia d Ele, mas este é um fator de separação que nós mesmos introduzimos em nossa relação com o Senhor. Porém, mesmo quando nos distanciamos, Ele não deixa de nos amar e continua a estar próximo de nós com sua misericórdia, com a disponibilidade de perdoar e de nos acolher novamente no seu amor. Por isso, prossegue São Paulo, não devemos nunca nos angustiar, podemos sempre expor ao Senhor os nossos pedidos, nossas necessidades e preocupações por meio de orações e súplicas".
Encorajamento
Bento XVI ao final de sua homilia, encorajou a receber o Senhor no seu amor e de cuidar bem de nossa conduta de vida. João Batista no Evangelho de hoje, nos recorda que "Deus não exige nada de extraordinário, somente que cada um viva de acordo com critérios de solidariedade e de justiça, sem isso não é possível preparar-se bem ao encontro com o Senhor". Ele "se fez homem como nós para nos doar uma esperança, que é uma certeza: se o seguirmos, se vivermos com coerência nossa vida cristã, Ele nos levará para Si, nos conduzirá à comunhão com Ele e em nosso coração existirá a verdadeira alegria e paz, mesmo nas dificuldades e nos momentos de fraqueza".
A paróquia de São Patrício foi edificada em 1975 e confiada ao clero diocesano romano. Desde 2007 possui um novo complexo paroquial.