Seul - Coreia do Norte (Segunda-feira, 17-06-2013, Gaudium Press) "Temos a suspeita de que, após um longo período de perseguição ainda existem por volta de 10 mil pessoas que recordam em seus corações da Fé Católica na Coreia do Norte", declarou o Padre Lee Eun-hyung, Secretário Geral do Católico Comitê para a Reconciliação do Povo Coreano. Entretanto, "acho difícil crer que exista uma Igreja organizada na Coreia do Norte".

De onde extrai o sacerdote suas conclusões e a base para suas opiniões? Ele viaja de tempos em tempos para esse país.

"Em cada visita celebro a Santa Missa na Igreja Católica de ‘Jangchung', chamada assim pelo distrito da cidade onde se encontra. [À missa] assistiram crentes da Coreia do Norte. Sem embargo as autoridades norte-coreanas me disseram que estava estritamente proibido para mim e para as pessoas que trabalhavam comigo, colocar-se em contato com os cidadãos do país pessoalmente", narra o Padre Eun-hyung.

A igreja de Jangchung é a única existente no país, explica o sacerdote. Ali um leigo celebra dominicalmente a Liturgia da Palavra. "Segundo conheço", disse o padre, "não existem sacerdotes católicos vivendo na Coreia do Norte atualmente. As Igrejas que existiam antes da dominação comunista foram destruídas ou utilizadas para outros fins".

A cifra estimativa de 10 mil pessoas que ainda conservam sua Fé católica, são sustentadas pelo Padre -entre outras fontes- no testemunho "de um número de norte-coreanos refugiados, que falam de mulheres anciãs que formam círculos contando feijões e murmurando, como se elas estivessem recitando o Rosário". E ainda que o sacerdote negue a possibilidade de que exista uma Igreja Católica subterrânea, ou uma 'Igreja do silêncio', a ampla escala crê na possibilidade de que algo assim pequeno exista na fronteira com a China.

Segundo o governo norte-coreano, existem 3 mil católicos no país, mas não se conhece o fundamento desta cifra. As últimas estatísticas confiáveis, obtidas em 1945, falavam de 50 mil católicos.

Padre Eun-hyung referiu-se também à penúria em matéria de comida e todo tipo de sustento que existe na Coreia do Norte. E enfatizou a ausência de meios de aquecimento, o que ocasiona um corte indiscriminado de árvores, que por sua vez causam problemas no fornecimento de alimentos, inundações e deslizamentos de terras. O sacerdote também liderou campanhas de ajuda material à Coreia do Norte. E nesse trabalho de voluntariado, alguns de seus auxiliares puderam escutar as dores inomináveis que sofrem os norte-coreanos, no país com talvez as maiores restrições à liberdade religiosa no mundo.

Gaudium Press / S. C.
Tradução Emílio Portugal Coutinho