No ser humano, o instinto de sociabilidade é muito sensível e mais profundo ainda que o de conservação, a ponto de Aristóteles chegar a afirmar que “quem foge do convívio com os outros ou é um animal selvagem, ou é um deus”.[1]
Precisando a rude afirmação do filósofo, São Tomás de Aquino explica haver apenas dois tipos de pessoas capazes de viver em solidão: os anacoretas e aqueles que, pela “crueldade do seu ânimo”,[2] tornaram-se semelhantes aos animais.
Os primeiros retiram-se ao deserto para melhor se entregar a Deus; os segundos, por não suportar o convívio com os homens. …