— Uma esmola, pelo amor de Deus! Uma esmola...

— Já lhe disse que não tenho nada!

— Fora daqui, seu preguiçoso, e não me venha atormentar novamente!

Repreensões e humilhações como estas faziam parte do cotidiano de Lucrécio, um pobre corcunda que há muitos anos vagava por aquela pitoresca cidade entre as colinas.

Ninguém sabia ao certo sua origem: alguns diziam que, ainda muito pequeno, fora abandonado pelos pais, porque não tinham condições de sustentá-lo ou, quiçá, por ter nascido com esta deformação irreversível... Meras hipóteses, pois nem ele mesmo sabia de onde vinha.

Inúmeras vezes havia saído …