O seu nascimento [de Maria] constitui uma espécie de “prólogo” da Encarnação: Maria, como a aurora, precede o sol do “novo dia”, prenunciando a alegria do Redentor. 

Os mistérios gozosos fazem-nos contemplar esta alegria “que irradia do acontecimento da Encarnação” (Rosarium Virginis Mariæ, 20).

Uma alegria que não ignora a dramaticidade da condição humana, mas brota da consciência de que “o Senhor está próximo” (cf. Fil 4, 5), aliás, de que “é Deus conosco” (Mt 1, 23; cf. Is 7, 14). “Alegra-te”!

O convite jubiloso do Anjo lança um fascínio de luz sobre os cinco mistérios gozosos.

Neles, “Maria leva-nos a aprender o segredo da alegria cristã, recordando-nos que o Cristianismo é ‘boa nova’, que tem o seu centro – aliás, o seu próprio conteúdo – na pessoa de Cristo” (Rosarium Virginis Mariæ, 20). 

A Virgem Maria ajuda o povo cristão a redescobrir o Santo Rosário como oração simples mas de grande profundidade.

Bem recitada, ela introduz na experiência viva do mistério divino e proporciona aos corações, às famílias e a toda a comunidade aquela paz da qual temos tanta necessidade. 

 

Excerto de Alocução de domingo, em Castel Gandolfo, 7/09/03.

 

Os mistérios da luz complementam os tradicionais momentos da infância, da paixão e da glória de Cristo, com outros igualmente importantes de sua vida pública.

A presença de Maria nestes mistérios se encontra geralmente como pano de fundo. Com exceção das bodas de Caná, onde o papel da Mãe de Jesus é determinante.

Ela faz saber ao Filho que falta vinho, e, quando este lhe responde que sua hora ainda não havia chegado, incita os servos com maternal solicitude, dizendo-lhes: “Fazei o que Ele vos disser”. 

Deste modo, demonstra que percebe, como nenhuma outra pessoa, as intuições profundas de Jesus. Conhece-O “de coração a coração”, pois conserva e medita desde o início cada um de seus gestos e palavras.

Por este motivo, a Virgem é a primeira e principal mestra da oração cristã: em sua escola se aprende a contemplar o rosto do Senhor, a assimilar seus sentimentos, a aceitar seus valores com generosa coerência. 

 

Excerto de Angelus, 21/09/03.