AE - Como vocês conheceram Os Cavaleiros do Novo Milênio?

Maria Teresa - Em agosto de 99, o coral fez uma apresentação na Catedral de Campos, cidade onde nascemos. Foram lá a pedido do Bispo para a festa do padroeiro, o Santíssimo Salvador, e cantaram na Missa. Foi uma cerimônia linda! Nunca tinha visto nada tão bonito na minha vida…

AE - E o que mais chamou a atenção de vocês nos Cavaleiros?

Maria Teresa - Olha, não foi a música, nem os estandartes, que são muito bonitos, foi o cortejo de início da Missa. Aquela fila enorme de moços e moças, que entraram cantando na catedral, todos com o passo certinho, ao mesmo tempo…

Não havia um que atrasasse o passo! Nunca mais consegui esquecer essa maravilha. E até hoje, quando entramos numa igreja, em cortejo, ainda me lembro daquela primeira vez em Campos, que marcou a minha vida.

É difícil descrever o que a gente sente nesse momento… Aquilo era tão bonito que parecia um Céu. Deu-me vontade de também ir atrás do cortejo e cantar junto com eles.

AE - E como reagiram seus pais quando vocês disseram que queriam pertencer ao coral?

Lucilia Maria - Eles também queriam entrar para o coral!… Não imagina como ficaram encantados com tudo aquilo. Mas eles tinham de cuidar de nós, não podiam dedicar-se como os Arautos do Evangelho.

Estavam também um pouco preocupados com a nossa educação. Quando eu lhes falei que gostaria de entrar para o coral, concordaram logo, porque viram nisto um chamado de Deus.

Depois as minhas irmãs também pediram para entrar. Mas a mais nova, a Adelina, ainda não podia, por ser muito menina. Então, ela teve de esperar bastante tempo, coitadinha. Mas tanto pediu que o maestro teve pena e a deixou fazer parte do coral, há pouco, quando ela completou dez anos.

AE - Como é a vida de vocês? O que fazem durante o dia?

Maria Teresa - Nós levamos a vida normal de Arautos do Evangelho. Uma certa parte do dia é dedicada à música, o nosso instrumento de apostolado. Temos boas horas de estudos em conjunto ou individualmente.

E também assistimos às reuniões de formação dos Arautos. Muitas delas são dadas pelo presidente, o Sr. João Clá. Cantamos em comunidade o ofício de Nossa Senhora, em gregoriano. E rezamos o Rosário diariamente. A nossa vida é toda ela muito disciplinada, mas com muita alegria.

Saímos para ações de evangelização, visitando lares ou trabalhando com moças nos colégios. Depois também temos períodos de lazer. Fazemos passeios, vamos ao litoral, fazemos natação. É uma vida com muita atividade, muito variada, maravilhosa mesmo. Eu agradeço todos os dias a Deus, por me ter chamado para uma vocação tão bonita.

AE - Os vestidos que vocês usam são muito bonitos. Como nasceu a ideia de se apresentarem assim?

Lucilia Maria - A ideia de um uniforme nasceu com as apresentações musicais. Os moços dos Arautos do Evangelho usavam o hábito deles, que é lindo.

E nós não tínhamos nada parecido para usar. Então o maestro deu a ideia de fazermos uniformes. Ele mesmo escolheu o tecido de alguns. Por exemplo, aquele cor de laranja e prateado, foi sugerido por ele.

É o mais bonito de todos. Sempre que nos apresentamos com aquele uniforme as pessoas elogiam, porque é muito original. Às vezes a gente ouve comentários, como, por exemplo, o marido dizer para a esposa: “Olha, assim é que você devia se vestir…” (Risos…)

AE - Vocês têm mais irmãs?

Adelina - Sim, temos uma irmãzinha, de cinco anos. Ela já fez a Primeira Comunhão e, quando crescer, também vai cantar no coral. É a Maria Beatriz. Gosta tanto de música que já aprendeu algumas das que nós cantamos. As mais fáceis…

AE - Mas fez a Primeira Comunhão com 5 anos, só?

Lucilia Maria - Sim, com 5 anos. Jesus gosta das almas inocentes. A partir do momento que a criança tem o uso da razão e sabe a diferença entre o pão e a Hóstia Consagrada, ela já pode comungar. A Primeira Comunhão dela foi linda!

Na mesma ocasião, nossos pais receberam a capa de cooperador dos Arautos, e a Beatriz foi levada até o sacerdote, para comungar, pelo presidente dos Arautos, o Sr. João Clá. Ela estava encantada, nunca a vi tão feliz. Parecia um anjinho…

AE - Mas quem a preparou para a Primeira Eucaristia?

Lucilia Maria - Foi mamãe que lhe ensinou o catecismo. Depois o Mons. Paulo Pedro, da Catedral de Campos, que a conhecia, deu licença para ela fazer a Primeira Comunhão e a ouviu em Confissão.

AE - Então, sua família é privilegiada, porque todos fazem parte dos Arautos do Evangelho.

Lucilia Maria - Sim, sem a menor dúvida. E somos mais unidos do que antes, porque agora nos dedicamos todos ao mesmo objetivo, que é colaborar com o Papa João Paulo II na Nova Evangelização.

Por isso, quando viajamos e nos separamos dos nossos pais, por algum tempo, aceitamos esse sacrifício com alegria, porque ele é feito por amor a Jesus.

E quando voltamos a nos encontrar sentimos uma grande felicidade, por estarmos juntos na mesma obra de evangelização.

Às vezes, a gente vê jovens que estão desorientadas, não estão no bom caminho, e são infelizes. Gostaríamos de lhes poder transmitir a alegria que sentimos em nosso coração, que vem da prática da virtude, de consagrarmos nossa vida a Maria e ao serviço da Igreja e dos irmãos.

Aproveito esta ocasião para convidá-las a entrar em contato conosco.