Nas Sagradas Escrituras encontramos muitas passagens em que certos varões providenciais se dirigem a Deus, em oração, com os braços abertos.

Durante a batalha dos israelitas contra Amalec, por exemplo, Moisés estava no alto do monte intercedendo pelo povo com os braços elevados aos céus. Enquanto o profeta “tinha a mão levantada, Israel vencia, mas logo que a abaixava, Amalec triunfava” (Ex 17, 11).

Entre os reis do povo eleito notamos o mesmo procedimento:

Salomão postou-se diante do altar do Senhor, em presença de toda a assembleia de Israel, e estendeu as mãos para o céu. […] Voltado para a multidão dos israelitas, com os braços levantados para o céu, disse: “Senhor, Deus de Israel, não há nem nos céus nem na terra um deus que seja comparável a Vós, que seja fiel à sua aliança com seus servos e cheio de misericórdia para com os que Vos servem de todo o coração” (II Cr 6, 12-14).

Esse gesto caracteriza, portanto, a alma orante que tende para o alto em atitude de súplica, exercendo o papel de intercessora perante Deus, e pode significar ainda uma exclamação de angústia ou uma expressão de louvor e gratidão.

Por fim, os Santos Padres comparam o hábito de elevar os braços com a posição de Nosso Senhor Jesus Cristo pregado à Cruz para salvar a humanidade.

Tendo isso em vista, a Santa Igreja conservou tal costume durante a recitação do Pai-Nosso na Santa Missa. O sacerdote eleva os braços simbolizando o caráter de intercessão que sua oração possui, fazendo brilhar de modo admirável a maternalidade da Igreja: assim como Cristo intercedeu pelos homens no alto do Calvário, ela intercede pelos fiéis, junto ao Redentor, na Liturgia.