No soneto ¿Qué tengo yo que mi amistad procuras?, o grande Lope de Vega,[1] com sua singular arte cheia de piedade e genialidade, nos convida a meditarmos por um prisma todo especial sobre o chamado que Deus faz a cada um de nós. 

Que há em mim, que minha amizade procuras?
Que interesse Te move, ó meu Jesus,
para, coberto de orvalho à minha porta,
passares do inverno as noites escuras?

Ao lermos esse poema, escrito há mais de quatro séculos, somos convidados a meditar num Deus que, com insistente e paciente suavidade, bate à porta do nosso …