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Espiritualidade


A alegria da simplicidade
 
AUTOR: GIULIANA D’AMARO
 
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Elas não pretendem ter a imponência das águias, a elegância dos pavões ou o melodioso canto dos rouxinóis. Entretanto, o seu singelo pipilar sugere-nos a mesma alegria que caracteriza o seu modo de ser.
Andorinha das árvores

Há uma cena muito conhecida por aqueles que vivem em um país de latitude tropical: durante os dias de verão, junto aos telhados, deslizam pelo céu algumas dezenas de pássaros. São pequenos e delicados, porém o contorno de suas asas pontudas é de uma perfeição retilínea, de tal modo que se assemelham a tesourinhas cortando o ar. O padrão das cores de sua plumagem, branco alternado com azul-marinho ou preto, faz-nos recordar o hábito dominicano… São as andorinhas.

É notável a vivacidade destes simpáticos animais: seu voo é ágil, o bater de suas asas, ligeiro. Parecem brincar entre si fazendo acrobacias no ar e lançando-se para cima e para baixo… Às vezes, vemo-las dar uns voos rasantes, e passar a milímetros dos obstáculos que surgem em seu caminho. Quase se diria que estão a festejar a luz do sol!

Ao contemplar esse espetáculo, têm-se uma impressão de suavidade e leveza, ao mesmo tempo que nos é transmitido um sentimento de regozijo. As andorinhas estão contentes sendo andorinhas, e fazendo aquilo que uma ave como elas faz! Rejubilam-se em planar pela imensidão celeste, estendendo suas asas ao sol e deixando-se carregar pela brisa vespertina. Sua vivacidade é um verdadeiro reflexo da alegria de viver, sendo aquilo que se é com toda a simplicidade.

Não pretendem ter a imponência das águias, o esplendor dos beija-flores ou a elegância dos pavões. Antes, sua beleza é delicada e cheia de inocência. Também nunca se ouviu dizer que apresentassem um canto melodioso, como os rouxinóis e os canários. Entretanto, o seu singelo pipilar sugere-nos a mesma alegria que caracteriza o seu modo de ser.

Andorinha rabijunca

Assim devemos ser nós. Não precisamos estar preocupados em nos tornar algo para o qual não fomos feitos, ou em demonstrar qualidades e aptidões que não possuímos. Cada alma é chamada a fazer resplandecer em si determinado aspecto das infinitas perfeições de Deus. E é refletindo de forma única essa luz específica que o homem realiza sua missão, dando glória ao Pai Celeste.

Eis a verdadeira felicidade: saber-se filho de Deus, fonte da eterna paz e do júbilo supremo! Eis a alegria das almas inocentes que, como pequenas andorinhas imersas no vasto azul do céu, vivem tranquilas por sentirem-se dentro de seu Criador. N’Ele são livres, e somente n’Ele são felizes.

A contemplação dessas avezinhas nos convida a elevar nossas vistas às realidades superiores, às doçuras celestes. Quase se poderia dizer que ali não estão somente pássaros a voar, mas também – e sobretudo – uma revoada de Anjos a cantar as maravilhas de Deus, transmitindo-nos o seu próprio gáudio.

Desse modo, o voo das andorinhas nos remete àquelas palavras das Sagradas Escrituras: “Caminhai sempre alegres, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito” (cf. I Tes 5, 16-18). (Revista Arautos do Evangelho, Março/2019, n. 207, p. 50-51)

 
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