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Natal: consumo ou piedade?
 
AUTOR: REDAÇÃO
 
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O verdadeiro Natal é o nascimento de Cristo

Muito se alegram as pessoas pela proximidade com o Natal. Afinal, é o tempo da alegria, onde vemos Jesus se encarnando e vindo a nós como uma pequenina criança. Sua figura não inspira terror ou reserva, mas apenas compaixão e amor. Além disso, é nele que se cumprem todas as promessas feitas há séculos ao povo hebreu, sendo festejado como a realização destas. É por isso que os presentes que trazem os reis-magos têm um completo simbolismo: para o rei é dado ouro, para Deus o incenso puro, mas a mirra prenuncia do sepulcro o pó escuro (morte e paixão). Entretanto, como costume atual, o natal é transformado em uma festa comercial. É o papai Noel, a compra de presentes e o feriado prolongado que transforma tudo numa festa verdadeiramente pagã. Como o católico deve lidar com o Natal: consumo ou piedade?

Uma festa religiosa

Em primeiro lugar, é preciso relembrarmo-nos o que significa o natal. Como muitos ateus gostam de se vangloriar, o dia do nascimento de Cristo, apesar de não ter uma data correta, é celebrada no dia 25 de dezembro, tomando uma festa que já acontecia nas regiões pagãs, a adoração ao sol, quando no hemisfério norte são os dias mais escuros do inverno.

A Santa Igreja não esconde que se apropriou desta festa. Não é uma vergonha, mas sim uma sublimação da data que já celebravam, pois Jesus é sim o sol da salvação, o verdadeiro adorável que os pagãos figuravam, sem entender ainda, festejando apenas um astro gasoso. No dia 25, pois, a celebração do natal é instituída para fazer jus ao verdadeiro Sol, e que agora os cânticos de imortalidade àquele que brilha para sempre tenham um alvo real.

Portanto, na raiz da festa natalina está a piedade, a adoração e a celebração. Mesmo no passado, não devemos fugir e anunciar uma festa ateia: saibamos reconhecer que mesmo os antepassados pagãos viam no céu um desfile de estrelas que narrava as glórias de um ser imortal.

Natal não combina com ateísmo

natal: consumo ou piedade?Portanto, celebrar o natal sem falar de religiosidade é uma falta de honestidade sem nome. A algo nós devotamos nossa atenção: seja às criaturas ou ao criador. Diferente, porém, dos antigos, que viam no sol uma enormidade acima de suas próprias pessoas, os pagãos de hoje festejam algo muito menor que si mesmos: o consumo.

Sejamos sinceros: o papai Noel é um ídolo do consumismo. Ele vem trazer presentes, mas não inspira nenhum sentimento bom, a não ser a amabilidade educada de um comerciante. Ele representa a felicidade que se pretende que a fartura pode trazer: daquele que tem muito e não se incomoda em dar um pouco.

No natal do mundo, existe a luta pelo consumo: até mesmo os que não tem procuram algo para adquirir. Seja através do endividamento ou de férias, hoje o natal representa a data festiva para gastar. Não é à toa que a comumente chamada Black Friday é na última sexta de novembro, ou que o 13º é pago em dezembro: o objetivo do final do ano é consumir.

É por isso que, mesmo assim, o natal não é uma data sem religião: o que se adora, porém, não é o salvador, mas sim o consumo desenfreado do neopagão.

Como católico, o que escolher no Natal: consumo ou piedade?

O católico de verdade não precisa abrir mão dos presentes, ou da iconografia do papai Noel (por mais pagã que ela seja). Não precisa proibir o filho de festejar em sua escola ou abandonar o costume de dar presentes, até por que esta é uma prática que deriva da ação dos Reis Magos (inclusive, em certas regiões da Espanha, ainda hoje, o costume de dar presentes não é no Natal, mas sim no dia 06 de janeiro, data litúrgica em que comemoramos a chegada dos Reis Magos com os presentes).

Porém, nada disso deve dar sentido ao natal cristão. Desde cedo, os pequeninos precisam aprender que o Natal celebra o nascimento de Cristo, e, como tal, este é quem merece o principal presente, o principal tributo. Além disso, explicar à família e amigos que, na celebração do Natal, estão os simbolismos que a Igreja nos traz: a árvore, a decoração que a envolve, o presépio, a Missa de Galo e a doação dos presentes. O próprio papai Noel é um derivado de um bispo que exercia esta função de presentear os mais pobres em sua diocese na noite do dia 24 para o dia 25, São Nicolau.

Para o católico, a pergunta “Natal: consumo ou piedade”, nem deve fazer sentido. Pois, ao estar munido de qualquer adoração ao consumo ou a posse, a felicidade é mais completa; mesmo não possuindo todas as coisas materiais, temos o mais importante: o nascimento de nosso Deus, que veio para nos salvar. Dr. Plinio, ao terminar um de seus discursos sobre o Natal, conclui com uma frase memorável, a mesma com que encerramos esta reflexão: “Ó vós que viveis cupidamente para o ouro, ó vós que viveis tolamente para a vanglória, ó vós que viveis torpemente para a sensualidade, ó vós que viveis diabolicamente para a revolta e para o crime; parai e vede as almas verdadeiramente católicas iluminadas pelo Natal; o que é vossa alegria comparada a delas?”

 
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