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Plinio Corrêa de Oliveira


9 de outubro de 1961: Vôo na aflição
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 03/09/2019
 
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Desde 29 de setembro, Dr. Plinio se encontrava em Buenos Aires para uma série de conferências em meios católicos platinos. No dia 8 de outubro, ao regressar de suas tarefas, foi informado pela recepção do Hotel City, onde se hospedara, que tinha havido vários telefonemas de São Paulo à sua procura. Pouco depois, recebe um telegrama de sua irmã, Da. Rosée, informando-o de que Dona Lucilia estava muito mal, vítima de uma crise cardíaca.

Dona Lucilia e Dr. Plinio em 1959 — No seu quarto de hotel, em Buenos Aires, ele chorou longamente, pensando numa dolorosa interrupção do convívio com sua querida mãe

Até tarde da noite, Dr. Plinio permaneceu no hall do hotel, em companhia de alguns amigos argentinos, esperando em vão uma ligação de São Paulo. Naquela época, os telefonemas internacionais eram difíceis, o plantão noturno não existia, e por isso a partir de certa hora da madrugada suspendiam-se as comunicações.

Também fez longas e inúteis tentativas para conseguir alugar um pequeno avião que o levasse de volta ao Brasil, posto não haver possibilidade de viajar pela manhã num avião de carreira. Na intimidade de seu quarto, ele chorou longamente. O diuturno convívio com sua bondosa mãe, que tanto lhe beneficiava a alma, iria se interromper?

Na manhã seguinte, por volta das 7 horas, Dr. Plinio decidiu ir ao aeroporto doméstico de Buenos Aires atrás de uma solução. Foi com duras penas que pôde conseguir um pequeníssimo avião utilizado em fumigações e, portanto, pouco apto para uma viagem dessas. No aparelho couberam, apertados, Dr. Plinio, o piloto e mais um amigo.

Enquanto esperava a hora do embarque, ele se destacou dos amigos que o acompanhavam e se pôs a rezar, caminhando sozinho ao longo da avenida que bordeja o rio próximo do aeroporto.

Finalmente, a frágil aeronave decolou rumo a Porto Alegre, e Dr. Plinio pôde divisar o Rio da Prata, dando-se conta de quão apropriado era seu nome, em vista dos reflexos prateados que emitia àquela hora matutina. Na capital gaúcha, conseguiu tomar um avião de carreira até São Paulo.

Logo ao desembarcar em solo paulista foi tranqüilizado por um amigo que o esperava no aeroporto, informando-lhe este serem boas as condições de saúde de Da. Lucilia. Durante o percurso para o apartamento da Rua Alagoas, esse mesmo amigo teve a caridade de adverti-lo de que um funeral estaria saindo de uma casa vizinha, no momento de sua chegada, e que ele, portanto, não se assustasse pensando tratar-se das exéquias de sua mãe.

Mas, até se encontrar com Dª Lucilia, quantas perplexidades! Somente se tranqüilizou quando viu a “sua Manguinha querida”, e pôde constatar que ela estava mesmo fora de perigo. Posteriormente, em diversas ocasiões Dr. Plinio recordaria a aflição daquelas horas de incerteza. (Revista Dr. Plinio, Outubro/2003, n. 67, p. 5)

 
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