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Cardeal Zenon Grocholewski apresenta palestra na PUC-SP
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 13/05/2015
 
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São Paulo (Terça-feira, 08-05-2015, Gaudium Press) O Auditório da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), recebeu na última sexta-feira, 8 de maio, o Prefeito da Congregação para a Educação Católica de Roma, Cardeal Zenon Grocholewski. Na ocasião, o purpurado discursou para mais de 200 pessoas, entre reitores, professores, diretores de colégios católicos, religiosos e estudantes sobre as características especificas do “Fazer Teologia”.

Em meio ao contexto da “Semana Teológica” realizada na PUC-SP entre 11 e 15 de maio, a palestra ministrada por Dom Grocholewski teve como título “Sacrosanctun Concilium”.

Na ocasião, a seção foi presidida pelo grão-chanceler da PUC de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, tendo também à mesa a Reitora Dra. Anna Maria Marques Cintra, o bispo auxiliar de São Paulo e Vicário para a Educação Católica e Universidades, Dom Carlos Lema Garcia, entre outros.

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Don Carlos Lema Garcia precedeu a palestra do Cardeal Grocholewski dizendo que os bispos reunidos na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida, em 2007, pronunciaram-se sobre a necessidade de uma profunda renovação na escola católica: “Devemos resgatar a identidade católica de nossos centros educativos (n. 337)”.

Referindo-se à problemática da educação atual, Dom Carlos abordou o tema da alta porcentagem de pessoas de outras religiões nos estabelecimentos católicos. Ele disse que o Papa Francisco, em fevereiro de 2014, reconhecia claramente esse desafio:

“(…) as escolas e as universidades católicas são frequentadas por numerosos estudantes não cristãos, ou até não crentes (…) Mas são igualmente chamadas a oferecer a todos – no pleno respeito pela liberdade de cada um e dos métodos próprios do ambiente escolar – a proposta cristã, ou seja, Jesus Cristo como sentido da vida, do cosmos e da história.”

Ele ainda qualificou de tentação o desejo de “concorrer com o mercado e esconder a identidade católica”, além de aconselhar os professores e demais educadores presentes a “não ter medo de perder alunos por manifestar uma clara identidade católica”. “O que não pode acontecer é que a uma mãe de aluno lhe seja dito: ‘minha senhora, não se preocupe: o seu filho nunca vai ouvir falar de catolicismo nessa escola'”.

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“Tenho sempre insistido”, prosseguiu Dom Carlos, “nas visitas às nossas escolas e universidades católicas que a razão da sua existência é por meio da vida de um santo ou de uma santa fundadora, que recebeu de Deus e transmitiu seu carisma de evangelização às novas gerações. Se não fosse a sua Fé, a sua vocação e a sua missão dentro da Igreja, esses colégios e esses centros universitários não existiriam.”

Em seguida, o Cardeal Dom Scherer introduziu as palavras do Prefeito lembrando a sua larga experiência nos temas eclesiásticos, tendo passado quase 50 anos trabalhando na Cúria romana, servindo a três Papas e sendo um grande jurista.

O Cardeal Grocholewski dissertou sobre alguns elementos específicos que devem caracterizar o trabalho teológico, tendo como base, em grande medida, a Constituição Apostólica Sapientia Christiana, sobre as universidades e as faculdades eclesiásticas, de 1979, de autoria de São Joao Paulo II.

Resumindo as características em seis pontos:

Primeiro: a fidelidade ao Magistério da Igreja, quando referindo-se à Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina do Concilio Vaticano II, onde o magistério não esta acima da Palavra de Deus, mas serve esta palavra e ensina o que lhe foi confiado por mandato divino (Dei Verbum 10);

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Segundo: testemunho da Fé e da vida cristã, citando a “Sapientia Christiana”, uma vez que “uma das exigências para ser docente nas faculdades eclesiásticas é o testemunho da própria vida”. (Ver Sapientia Christiana art 25, paragrafo 1… CIC 810&1, junto ao Cânon 818);

Terceiro: consciência na participação na missão evangelizadora da Igreja. “As faculdades teológicas devem ser conscientes de sua ampla participação na missão da Igreja, para sua edificação e para o bem dos fiéis cristãos”, como lembrado pelo Cardeal. (Ver “Sapientia Christiana” Proemio IV, parágrafo 3);

Quarto: a união com Deus através da oração. “No que se refere a metodologia do trabalho teológico, não se pode omitir o fato que o conhecimento dos mistérios divinos derivam não só dos estudos e da investigação cientifica, mas sim, e de modo decisivo, também em estreito vínculo interior com Deus, na oração, e sobretudo, na contemplação”, conforme explicou Dom Grocholewski. (Ver Novo Milênio Ineunte, 20, também 27 e 33.)

Quinto: a enculturação. Neste tópico, o purpurado observou que a exposição das verdades reveladas, sem mudar a verdade, há de ser adequada com “a natureza e a índole de cada cultura, tendo especialmente em conta a filosofia e a sabedoria dos povos, excluindo qualquer forma de sincretismo e de falso particularismo” (Ver Sapientia Christiana art. 68 para 1);

Sexto: a colaboração. Sobre este ponto, o Cardeal assinalou que existe “a necessidade de colaboração entre os diversos centros de pensamento teológico”. Esta colaboração, efetivamente, como observa a “Sapientia Christiana”, será de grande ajuda para fomentar a investigação cientifica dos professores e a melhor formação dos alunos, assim como conseguir a comumente chamada “relação interdisciplinar”. (Ver Sapientia Christiana art. 64. CIC 820)

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Dom Grocholewski concluiu dizendo que essas são “algumas reflexões que sempre são úteis tê-las presentes de modo que nosso trabalho nas faculdades eclesiásticas seja frutífero para o bem da Igreja e da sociedade. E em vosso caso especifico, para crescimento da vida cristã e do apostolado em vosso amado Brasil”.

“Vos desejo que uma tal contribuição, sustentada pelo ardor e dinamismo de vosso amor, seja sempre mais efetivo”, declarou o purpurado aos participantes da reunião na PUC-SP.

Após responder algumas perguntas, e com o agradecimento do Cardeal Odilo Scherer, a seção deu-se por encerrada, dando início a um lanche servido no jardim às pessoas presentes na palestra, que se cumprimentavam e intercambiavam impressões.

Por Diácono Arthur Hlebnikian, EP

 
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