Três Pontas – Minas Gerais (Quarta-feira, 18-11-2015, Gaudium Press) Mais de 20 mil fiéis estiveram presentes na cidade de Três Pontas, em Minas Gerais, no último dia 14 de novembro. O motivo era de alegria, uma vez que seria realizada a cerimônia de beatificação do Padre Francisco de Paula Victor, ou simplesmente, Padre Victor, oriundo de Campanha, que teve seus méritos reconhecidos junto ao Vaticano.
Nesta ocasião, o rito de beatificação foi presidido pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e representante do Papa Francisco, Cardeal Angelo Amato.
Em sua homilia, o bispo de Campanha, Dom Diamantino Prata de Carvalho, não deixou de comentar a respeito da vida simples do beato, que era filho de escravos:
“Esse homem, nascido escravo, teve uma vivência na profunda caridade. Padre Victor era feliz em dar aquilo que possuía, pois se doava ao outro. Um santo sacerdote, soube com sua paciência e constância na fé, além da perseverança, conquistar o povo para Deus. Viveu na acolhida, na fraternidade”, disse.
Neste domingo, 15 de novembro, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco lembrou-se do mais novo beato brasileiro:
“No Brasil, está proclamado beato Francisco de Paula Victor, sacerdote brasileiro de origem africana, filho de uma escrava. Pároco generoso e excelente na catequese e na ministração dos sacramentos, distingue-se sobretudo pela sua grande humildade. Possa o seu extraordinário testemunho servir de modelo para todos os sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus”.
Nascido em Campanha no dia 12 de abril de 1827, Padre Victor era filho da escrava Lourença Maria de Jesus. Ainda jovem, ingressou no Seminário de Mariana, em 5 de junho de 1849, sendo ordenado em 14 de junho de 1851.
Ao longo de 53 anos, exerceu atividades pastorais em Três Pontas, local onde permaneceu até o seu falecimento, no dia 23 de setembro de 1905.
O Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, Dom Eurico dos Santos Veloso, afirmou que a cidade de Campanha é considerada um chão abençoado de santos, uma vez que “agora tem dois beatos: Nhá Chica e Padre Victor, para do céu nos ensinar a viver aqui na terra as virtudes que nos abrirão, futuramente, as portas do céu”.
Para que o sacerdote fosse reconhecido como beato, o Vaticano aprovou o milagre a ele atribuído, ocorrido justamente em Campanha nesses últimos anos. Quando a professora Maria Isabel de Figueiredo, de 37 anos, após várias tentativas falhas de engravidar, deu entrada logo entrada na fila de adoção. Depois de nove meses, em agosto de 2010, o cadastro do casal foi aprovado. Contudo, a mulher que era devota do Padre Victor não esperava que no mesmo dia teria uma grata surpresa: ela estava grávida de seu primeiro filho, mesmo com a retirada de uma das trompas. O fato, então, foi constatado como milagre, por meio da intercessão do beato. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações CNBB
