Neste dia 27 de janeiro, celebramos a memória de Ângela Meríci, e com ela também suas filhas espirituais, as Angelinas. Santa Ângela foi uma verdadeira guerreira de Cristo, renovou uma faceta de sociedade que não recebia uma devida atenção: jovens moças que dentro da sociedade queriam irradiar o perfume de Cristo.

Porém, as únicas formações disponíveis se davam dentro dos conventos, após os votos religiosos; e como nem todos são chamados a isso, Santa Ângela viu a oportunidade perfeita de realizar ainda mais o reino de Cristo nesta terra.

A vida da fundadora da companhia de Santa Úrsula não foi fácil. Suas perdas queridas a abalaram muito, mas em nenhum momento deixou ela de confiar no Senhor.

Enfim, cumprindo sua promessa, Cristo deu a Santa Ângela o cêntuplo ainda nessa vida, pois reuniu em torno dela muitas jovens que foram suas irmãs e filhas.

Morreu santamente em 1540, deixando uma fecunda obra após si.

Para conhecer melhor a vida de Santa Ângela Meríci, clique aqui.

A companhia de Santa Úrsula, as Angelinas

Santa Ângela deu o nome de sua obra em honra a Santa Úrsula pois essa morreu, no século IV, exortando jovens moças virgens a não renegar sua fé, não importando os sofrimentos da vida.

Neste espírito, a italiana reuniu em torno de si algumas moças que não se consagrariam como freiras, mas sim viveriam dando aulas e confortando os doentes na cercania de Bréscia, onde viviam.

A ideia inicial de Santa Ângela era o ensino católico das jovens mães que, devido à pobreza e condição, não puderam ter uma educação cristã decente. Mas rapidamente as irmãs ursulinas tiveram o núcleo de ação aumentado para a educação dos próprios pequeninos que nasciam.

Santa Ângela não pôde ver sua obra aprovada pelo Santo Padre em vida, pois somente quatro anos depois de sua morte as ursulinas foram reconhecidas como uma congregação religiosa.

Vinda para o Brasil

Como então o nome e a bênção de Santa Ângela Meríci atravessaram os oceanos e vieram para o Brasil?

Quem nos conta é a própria Marie Nicole Jeandot, freira missionária que veio para a terra de Santa Cruz em 1960. A história tem um detalhe que nos mostra a provincialidade de Deus.

A irmã Jeandot veio para lecionar francês, sendo apenas ainda uma missionária, já que, por problemas de saúde, tivera que abandonar o noviciado por duas vezes.

Foi a Caxias, no Rio Grande do Sul, dar as aulas e se depara com uma freira que havia conhecido na França, que também viera ao Brasil para ajudar na evangelização.

Explicando seu papel para a amiga consagrada, esta lhe disse: “Você não veio só para lecionar, mas para introduzir no Brasil as Angelinas”. A missionária Jeandot, a essa altura, nem sabia quem elas eram. Por isso, não levou a sério as palavras da freira.

A conversa entre as duas terminaria ali, mas não o som da voz de Deus, segundo atestado pela própria irmã Jeandot. Em 1965 ela volta à Europa e vai ter com a superiora das ursulinas de Santa Ângela em Bréscia, terra natal da santa, e pede autorização para levar o nome da congregação para o Brasil.

Passados alguns anos, em 1968, a irmã Jeandot recebe do cardeal Dom Rossi, da arquidiocese de São Paulo, o decreto da ereção canônica da Cúria Metropolitana. A Companhia de Santa Úrsula, Instituto Secular Santa Ângela Meríci nascia.

Hoje, a companhia da Santa Úrsula, as queridas Angelinas, estão espalhadas pelo norte, Nordeste e Sul do Brasil, levando o espírito de Santa Ângela àquelas que mais necessitam.

Cf. https://institutosecularsantaangelamerici.org/