As lágrimas podem ser manifestações de alegria, emoção, dor, tristeza ou angústia.
Podem ainda ser algo mais alto: um dom do Espírito Santo!
O fato é que as lágrimas estão presentes no quotidiano de nossa existência, exprimindo os variados estados de espírito, acima mencionados, de forma isolada ou até dois ou mais destes estados, concomitantemente.
Quem nesse mundo não chorou alguma vez?
Acredito que é impossível alguém nunca ter chorado na vida, até porque já nascemos chorando, não é mesmo?
E no transcurso de nossa existência, por vezes choramos seja de emoção e felicidade como o fazemos, por exemplo, pelo nascimento ou formatura de um filho, dois momentos bem distintos, mas ambos de muita alegria e de agradecimento a Deus.
Outras vezes, as lágrimas brotam de nossos olhos e de nosso coração ante a perda de um ente querido, como também à face de um sofrimento de ordem moral causado por situações que atentam contra a pulcritude da pureza e da inocência, ou que atingem injustamente a nossa honra, ou a confiança que depositávamos em alguém!
E os exemplos poderiam se multiplicar quase que infinitamente, pois não faltam momentos na vida de cada um de nós que não suscitem lágrimas, não é verdade?
A História Universal e de modo especial a Sagrada estão repletas de exemplos de prantos e lágrimas candentes e emblemáticos!
As lágrimas de São Pedro arrependido
Vem à minha mente a passagem do Evangelho que narra o episódio de São Pedro que, depois de ter negado três vezes o seu Divino Mestre Jesus, o Filho de Deus, entrou numa amargura sem fim, numa tristeza que lhe corroeu os ossos.
E Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Misericórdia infinita, “que ama um coração contrito e humilhado” (Sl 50) e “que descansa quando perdoa” - conforme o disse o Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque -, fez Pedro derramar lágrimas abundantes de arrependimento que lhe marcaram a face com rugas pelo resto de sua vida.
Aliás, isto está retratado de forma eloquente e palpável na célebre imagem de “São Pedro arrependido”, de artista baiano anônimo, a qual se encontra no Museu do Mosteiro de São Bento da Cidade de Salvador.
Quem ainda não a viu, apresse-se em logo o fazer, pois vai ficar de queixo caído e cheio de encanto e admiração, e de sentimentos de compunção!
Lágrimas transformadas em alegria pascal
Temos outros exemplos belíssimos, como é o caso das lágrimas de Santa Maria Madalena, que fazia parte do grupo dos discípulos de Jesus.
Seguiu-O até à Cruz e, no jardim em que se encontrava o sepulcro, foi a primeira testemunha da sua Ressurreição.
O Evangelho de São João a descreve chorando porque não tinha encontrado o corpo do Senhor no Sepulcro: “Jesus teve misericórdia dela ao se deixar reconhecer como Mestre e transformar as suas lágrimas em alegria pascal”.
Santo Anselmo as definiu “como lágrimas da humildade”, pela angústia de Santa Madalena de não ter encontrado o corpo do Senhor.
Jesus também chorou
No Sermão das Montanhas, Jesus declarou:
“ Bem Aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5, 4).
Que palavras tocantes e misteriosas!
Jesus também chorou quando olhou para a cidade de Jerusalém e profetizou a sua ruína (cf. Lc 19, 41).
O choro é algo ínsito à natureza humana e ocorrerá sempre em alguns momentos de nossa vida, cedo ou tarde, festejando, comemorando ou passando por algum sofrimento.
São Pedro Damião dizia:
“A umidade das lágrimas purifica a alma de toda mancha e fecunda o chão de nosso coração para que produza os germes das virtudes”.
Que coisa linda, meus estimados irmãos e irmãs!
Imagens de Nossa Senhora vertem lágrimas hoje em dia
No mês de abril, próximo passado, tomei conhecimento de alguns fatos extraordinários: as lágrimas vertidas por várias imagens do Imaculado Coração da Virgem de Fátima, Mãe de Deus e nossa, em alguns países do Continente Americano, de modo especial na Guatemala e na Costa Rica, em casas de oração e formação da Associação Católica Arautos do Evangelho, que propagam a devoção a Nossa Senhora no mundo inteiro.
Como isso me causou grande emoção e também preocupação, procurei pesquisar e aprofundar minhas reflexões sobre o assunto a fim de comentar sobre as lacrimações da Santíssima Virgem Maria.
E assim fiquei sabendo da ocorrência destes fenômenos místicos, ocorridos em vários países, entre os dias 21 e 26 de abril de 2018, envolvendo imagens do Imaculado Coração da Virgem de Fátima e até de São José, nas referidas casas!
Por que será que nossa Mãe do Céu chorou?
Primeiramente, é importante frisar que já ocorreram várias lacrimações de imagens de Nossa Senhora em diversos países e em várias quadras históricas, como é o caso de uma imagem de Nossa Senhora de Fátima que chorou em Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 1972, fato divulgado por jornais de muitos países, a exemplo da Folha de São Paulo que estampou a fotografia da imagem lacrimejando.
Contemplando as fotos dos últimos prantos de Nossa Senhora, que nos foram enviadas por pessoas amigas, parei para refletir e cheguei à seguinte conclusão: diante da avalanche de tantas notícias tristes e desoladoras neste mundo, realmente, Nossa Senhora tem que manifestar sua tristeza através de suas lágrimas.
Também não se pode descartar a possibilidade de Nossa Senhora haver chorado para manifestar seu contentamento ante filhos e filhas que procuram atender aos seus apelos de oração e penitência, feitos em várias aparições suas, especialmente as ocorridas em Fátima, Portugal, no ano de 1917.
Ou, então, para suscitar nestes filhos e filhas desejos mais ardentes de reparação pelos pecados cometidos no mundo inteiro contra o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria!
Hoje, dia de Nossa Senhora Auxiliadora, cuja devoção remonta à vitória da armada cristã na Batalha de Lepanto, em 1571, comandada por Dom João d'Áustria, o qual, invocando o auxílio da Virgem, afastou o perigo maometano da Europa.
Em agradecimento, o Papa Pio V incluiu na Ladainha de Nossa Senhora o epíteto de AUXILIADORA DOS CRISTÃOS.
Que Nossa Senhora Auxiliadora, nossa Mãe, conceda graças e bênçãos a todas as famílias do mundo inteiro!