Fale conosco
 
 
Receba nossos boletins
 
 
 
Artigos


Artigos


Considerações sobre a apresentação de Jesus
 
AUTOR: MONS. JOÃO CLÁ DIAS, EP
 
Decrease Increase
Texto
Solo lectura
0
0
 
Meus olhos viram o Salvador, que preparastes, ó Deus, para todos os povos, exclamou o velho Simeão.

A Igreja comemora neste dia o duplo mistério da Apresentação de Jesus Cristo no templo e o da Purificação da Santíssima Virgem. Foi a oferta pública e solene de nosso divino Salvador, feita a Deus, no templo de Jerusalém, quarenta dias depois de seu nascimento.

A missão que terminaria na cruz começa na Apresentação de Jesus

Eis que Maria se encaminha para Jerusalém a oferecer o Filho. Apressa os passos para o lugar do sacrifício, levando em seus braços a vítima tão amada.

E, depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor. (Lc 2, 22-24).

Entra no templo, aproxima-se do altar, e ali, toda cheia de modéstia, humildade e devoção, apresenta o Filho ao Altíssimo. Mas a puríssima Virgem o ofereceu de um modo diferente do das outras mães. Essas ofereciam os filhos, mas sabiam que esta oblação era uma simples cerimônia da lei, de modo que por meio do resgate os tornavam seus, sem receio de tê-los de oferecer à morte.

Maria, pelo contrário, ofereceu seu Filho à morte realmente… Ela estava certa de que o sacrifício que então fazia da vida de Jesus, consumar-se-ia no altar da cruz.

Ora, amando vivamente seu Filho, sacrificou a si própria a Deus, ao oferecer a vida de Jesus.

A lição da Sagrada Família

Estariam obrigados ao cumprimento dessas duas leis: o Menino Jesus, Maria e José?

No que diz respeito a lei de Deus, não há palavras que exprima a fidelidade deles.

Eles não estavam obrigados a cumprir esta lei. Eles obedeceram porque tinham devoção pela lei e para nos ensinar o quanto devemos cumprir com perfeição esta mesma lei.

Nossa Senhora, puríssima, concebida sem a mancha original; e quem não tem mancha não tem o que reparar, não tem do que se purificar. Quanto a Ele, é Deus! Como oferecê-lo a Deus, sendo Ele o próprio Deus! Embora essas leis não se aplicassem à Sagrada Família, no entanto, puseram-se a campo.

Como sabemos, o Menino Jesus possuía inteligência divina e era desejo Seu que se cumprisse a lei conforme o costume.

Lição para nós do quanto devemos levar a sério as leis divinas, pois, se as leis dos homens devem ser cumpridas com exatidão, muito mais ainda as leis de Deus. E essas foram gravadas em nossos corações, desde o momento em que nossas almas foram criadas.

Quando o primeiro Mandamento nos diz: amarás ao Senhor teu Deus com toda a inteligência, com toda da tua vontade, com toda a tua sensibilidade, acima de todas as coisas, essa lei está impressa e no fundo de nossos corações.

E quando nos apegamos a esses ou aqueles objetos, a essas ou aquelas pessoas, quando damos mais importância a uma amizade do que ao próprio Deus e, pior ainda, quando essa amizade nos leva ao pecado – portanto, a ofender a Deus levando-nos a afastar Dele – estamos violando uma lei que está gravada no mais intimo de nossas almas e procedendo exatamente ao contrário da Sagrada Família no momento em que entram no Templo.

O Santo Simeão

Encontramos na cena da Apresentação de Jesus no Templo um ancião, que diz o Evangelho: “Ora havia então em Jerusalém um homem, chamado Simeão, e este homem era justo e temente a Deus e esperava a consolação de Israel”. (Lc. 2 – 25).

Justo, na linguagem da Escritura, significa santo, portanto perfeito e que procurava seguir a lei de Deus com exatidão.

Justo e temente a Deus. Bastaria ser justo, mas o Espírito Santo põe na pluma de São Lucas o elogio deste temor de Deus. Por quê?

Porque não basta só o amor, não basta a santidade, não basta o desejo de andar bem, é preciso que haja o temor. É por isso que o Espírito Santo pelos lábios de São Lucas elogia o velho Simeão em seu amor e também em seu temor.

Nós bem sabemos que se não fosse a bondosa proteção de Maria Santíssima, onde estaríamos? Foi Ela que nos tirou dos caminhos tortuosos e nos colocou nas vias do bem, sempre intercedendo junto ao Pai Celeste para nos alcançar o perdão.

Neste momento, pedimos além do perdão, a graça de sermos justos, temer a Deus e de esperar com confiança.

Voltemo-nos à nossa Mãe Santíssima os nossos corações e peçamos: façais o nosso coração semelhante ao Vosso. Pleno de amor à lei de Deus, pleno de santidade, de justiça, cheio do santo temor de Deus, e de temor de Vós. Pois o que queremos é sermos puros e humildes como Vós.

Aceitai estas considerações, ó Senhora, em reparação aos males dos dias atuais. Que a enormidade das misérias que assolam este século sejam sanadas pelo cumprimento da lei de Deus, amor a sua justiça e pelo temor de ofendê-lo.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
 
Comentários