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Tesouros da Igreja


A Basílica de Notre-Dame de Montreal
 
AUTOR: PE. RYAN FRANCIS MURPHY, EP
 
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Famosa pelos dramáticos tons de azul profundo, pontilhados de estrelas douradas, a Basílica de Notre-Dame de Montreal é uma das maravilhosas obras-primas do neogótico, que encantam a alma de cada um de nós.

Em 1657, vinda da França para a América do Norte, com o objetivo de atender espiritualmente aos colonos europeus e evangelizar os indígenas, a ordem de São Sulpício estabeleceu-se no território da Nova França. Escolheram eles um local próximo ao Rio São Lourenço, numa aldeia então conhecida pelo piedoso nome de Ville-Marie.

Passados duzentos anos, a Nova França veio a tornar-se Quebéc, província do Canadá, e o antigo e pequeno burgo cresceu, tornando-se uma das mais importantes cidades deste país: Montreal.

Assim, no ano de 1824, os sacerdotes sulpicianos compreenderam ter chegado o momento dos fiéis disporem de um
grande e belo templo, proporcional ao tamanho e à importância que a cidade havia alcançado.

Curiosamente, após um meticuloso estudo, chegou-se a conclusão de que a pessoa mais bem preparada para tal empresa era um arquiteto de Nova York, James O’Donnell. Embora protestante, ele era um entusiasta da arte gótica, e consagrou toda a sua capacidade para a edificação do templo, segundo esse estilo. É de se crer que tal tarefa tenha de algum modo tocado sua alma, pois em seu leito de morte, O´Donnell pediu o batismo, e hoje descansa em paz na cripta da igreja que com tanta dedicação ajudou a construir.

O corpo principal do santuário foi terminado em 1830 e, três anos depois, foi completada a primeira torre. Na época de sua inauguração, a igreja de Notre-Dame de Montreal era o maior templo da América do Norte.

No entanto, na opinião de muitos, a maravilhosa aparência externa da igreja é ainda superada pela surpreendente beleza
interna, em grande parte obra do renomado artista Victor Bourgeau.

Tendo entrado, um visitante será imediatamente tomado por uma impactante obra de arte: o altar principal. Primorosa e elaborada renda de bronze dourado, ele ergue-se delicadamente, tendo as imagens da Paixão de Cristo ao centro e a coroação da Virgem ao alto.

A vista então é atraída para as elegantes naves do santuário, que parecem defluir do altar. Os dramáticos tons de azul profundo são pontilhados de estrelas douradas, claramente inspiradas na Sainte-
Chapelle, de São Luís. Num dia afortunado, podem-se ouvir os impressionantes acordes do poderoso órgão Cavasant, possuidor de quase sete mil tubos!

Em sua visita a Montreal, em abril de 1982, o saudoso Papa João Paulo II, elevou essa admirável igreja à condição de Basílica. Não há a menor dúvida de que ela bem o mereça.

Obra-prima do neogótico, a Basílica de Notre-Dame de Montreal é dessas maravilhas que encantam a alma de cada um de nós, cumprindo de modo admirável o que com sabedoria ensina a Igreja: “A arte sacra é verdadeira e bela quando corresponde, por sua forma, à sua vocação própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o Mistério transcendente de Deus, beleza excelsa e invisível de verdade e amor, revelada em Cristo, resplendor de Sua glória, expressão de Seu Ser” (CIC, 2502). (Revista Arautos do Evangelho, Abril/2008, n. 76, p. 50-51)

 
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