Redação (Sexta-feira, 02-05-2014, Gaudium Press) Frequentemente o Papa, sendo figura máxima da Igreja e chefe do Estado do Vaticano, recebe visitas de presidentes, reis, rainhas e suas comitivas.
Apesar de ser um ato quase cotidiano, esses encontros obedecem a uma série de normas e protocolos.
No último domingo, dia 27 de abril, após a cerimônia de canonização de São João Paulo II e São João XXIII, o Papa Francisco cumprimentou brevemente o Rei Juan Carlos da Espanha e sua esposa, a Rainha Sofia.
No dia seguinte, o Pontífice os recebeu em uma audiência privada que durou quase uma hora. Uma das audiências mais longas do Santo Padre Francisco até o momento. Mas o que chamou mais a minha atenção não foi esse por menor, mas outro, ligado ao protocolo vaticano.
Além do cumprimento, no qual a autoridade, seja eclesiástica, civil ou militar, deve se inclinar em reverência e oscular o anel do Pontífice, que simboliza sua autoridade e poder, o protocolo vaticano exige um estilo de vestimenta específico. Até a década de 80 era o fraque para os homens, mais tarde, foi modificada para trajes escuros e gravata em tom sóbrio. No caso das mulheres, as normas não mudaram: vestidos formais na cor negra, sem decotes, com mangas compridas, saia até abaixo dos joelhos e a cabeça coberta com um véu negro. Considera-se de mau gosto o uso de sapatos com salto demasiado alto, joias vistosas ou o uso excessivo de maquiagem.
Foi nesse ponto que achei que algo estava estranho. A Rainha Sofia se apresentou diante do Papa Francisco utilizando um vestido todo branco. Como ela quebrava o protocolo vaticano dessa forma? Será que não leh disseram que as mulheres devem se apresentar diante do Papa utilizando trajes escuros? Foi aí que resolvi pesquisar para saber se havia alguma exceção. E não é que existe?
As rainhas católicas e as cônjuges dos monarcas católicos, receberam uma concessão exclusiva para utilizar trajes brancos diante de um Pontífice. Isso ocorreu como forma de agradecimento às casas reais que foram fiéis à Igreja Católica quando todos os reinos se converteram ao protestantismo.
Atualmente a rainha Sofía da Espanha é uma das únicas mulheres que tem o “Privilégio de Branco”.
Por Emílio Portugal Coutinho
