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“O batismo é a porta de ingresso na comunidade de fé”, diz o Arcebispo de Porto Alegre
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 18/07/2014
 
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Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 17/07/2014, Gaudium Press) “Comunidade cristã – o que é?” é o título do último artigo de Dom Jaime Spengler, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, em que ele cita o documento “Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia”, recentemente publicado pelos bispos do Brasil.

Segundo o Prelado, trata-se de uma temática interessante, diante do que se denominou crise da instituição “paróquia”. Para ele, ao mesmo tempo, o tema pode suscitar interesse e curiosidade, pois vivemos em uma sociedade marcada fortemente pelo fenômeno do individualismo e da autorreferencialidade.

Mas o Arcebispo questiona: Como entender o que significa “comunidade”? Ele explica que comunidade pode ser entendida como um conjunto de pessoas que participam de um grupo definido, concreto; pessoas que se sentem ligadas por um princípio, causa ou objetivo comum, seguindo algumas normas que orientam a participação e, por isso, se sentem corresponsáveis; pessoas que seguem um determinado ritmo de vida, com um cronograma de encontros e atividades.

Dom Jaime ainda esclarece que o termo comunidade faz referência a algo “comum”: É aquilo cujo modo de ser é comum. Conforme ele, a palavra “comum” vem do latim, communis, palavra composta de “com/cum” e “munis”. Dando seguimento a sua explicação, o Arcebispo afirma que “Com/cum” significa com, junto com, um ao lado do outro, unido, junto e “munis” significa disposto a, pronto, preparado para o serviço.

Além disso, o Prelado salienta que o adjetivo “munis” vem do substantivo “múnus-eris”, que significa tarefa, trabalho, cargo, serviço, campo de ação, mas também, contribuição, donativo, oferta sacrificial, presente, o que duas pessoas trocam mutuamente como o sinal de uma profunda amizade, dentre outras especificações.

“O múnus é, portanto, o melhor de nós mesmos, o que de mais caro e precioso conquistamos no trabalho, na ação de nossa dedicação e empenho, no suor do nosso serviço e trabalho: o peso da nossa identidade, a qual apresentamos ao outro como um presente, uma oferta de uma troca mútua da amizade profunda. Estar juntos, unidos nessa troca do melhor de nós mesmos, da maturidade e do crescimento, da autoridade e da identidade pessoal é ser comum. Nisso se expressa a comunidade”, completa.

Outro aspecto lembrado pelo Arcebispo é que quando nos referimos à comunidade de comunidades, estamos nos referindo às pessoas unidas pelo batismo cristão que se encontram em distintas comunidades. Ele enfatiza então que, para nós, o batismo significa a descida ao túmulo do cristão que morre para o pecado com Cristo em vista de uma vida nova; é a porta de ingresso na comunidade de fé; porta da vida no espírito.

Nesse sentido, Dom Jaime ressalta que a comunidade é o espaço onde pessoas afins se unem e se reúnem com a determinação e o objetivo de juntas crescerem na fé; progredirem na vida do espírito; pessoas que se empenham para superar toda forma de pecado, pois têm Cristo como única referência de suas vidas; pessoas que se empenham para tenaz, decidida e pacientemente se deixarem abrasar pela graça recebida no batismo.

“As comunidades podem se constituir situações e realidades: pastorais específicas, grupos, por exemplo, de oração ou de leitura orante da Bíblia que se reúnem em edifícios, em condomínios, nos bairros, ou espaços semelhantes; grupos de jovens, grupos de convivência, grupos de estudos das coisas da fé.”

Para concluir, o Prelado afirma que se a comunidade é constituída por pessoas que querem compreender mais e melhor o batismo que as regenerou, então ela se torna o lugar onde cada qual busca a sua identidade fundamental. Por isso, de acordo com ele, cada batizado, sincera e autenticamente, se dispõe a trabalhar em comum, sem medos, sem se deixar levar por defeitos e caprichos, opiniões particulares. “Assim, a temática apresentada pelos bispos nos recorda algo de fundamental: enquanto participantes de uma sociedade caracterizada pelo evento Cristo, a comunidade é lugar privilegiado de encontro e de construção de identidades”, diz. (FB)

 
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