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“Para ser cristão hoje é preciso muita sabedoria e fortaleza”, diz o Arcebispo de Curitiba
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 23/09/2015
 
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Curitiba – Paraná (Quarta-Feira, 23/09/2015, Gaudium Press) “Ser cristão em tempos pós-modernos” este é o título do mais recente artigo de Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba, no Estado do Paraná. No texto, ele avalia que há algumas décadas multiplicavam-se os artigos e livros destinados a formular os traços do futuro, e o imaginário e o fantástico se confundiam. Segundo ele, a linguagem da ficção apresentava-se com ares de criatividade, tudo para antever como seria o futuro.

Para o Prelado, entre erros e acertos, eis que hoje nos vemos facilmente desorientados. De acordo com ele, as mudanças culturais se tornaram tão profundas que nos surpreendemos até com o que era previsível, pois as reações se diversificam e se polarizam. Dom Peruzzo afirma que há quem saúde a novidade, em uma espécie de fascínio que parece entorpecer as consciências, e há também os que se refugiam em atitudes fundamentalistas, como se o retorno ao passado preparasse o futuro.

“E, é claro, tudo interpela a fé. E ser cristão hoje é, sem dúvida, mais desafiador do que ontem. Havia um contexto mais pronunciado de cristianismo na cultura, nas instituições, na vida familiar, na filosofia, na compreensão do ser humano e suas relações, nos costumes etc. Hoje são muito fortes os influxos da competição econômica, da produtividade e resultados, da eficiência, das conquistas, dos triunfos, das superações e por aí vai”, ressalta.

Além de maravilhosas mudanças, o Arcebispo cita ainda os muitos esgotamentos e esvaziamentos. Conforme ele, em um ambiente de muitas competições, juntamente com os vitoriosos há também os derrotados, e são frequentes os contrastes entre valores da pós-modernidade e os valores da fé cristã.

Ainda segundo o Prelado, por vezes a conciliação oculta contradições e quem gosta da coerência terá de assumir opções e escolhas. Ele salienta que surgem hesitações e crises, e, na realidade, tais vacilações não são de hoje, pois já nos tempos de Jesus confrontos assim se apresentavam. É o caso da palavra do Evangelho proclamada no último domingo (Mc 9, 30-37).

“O assunto abordado por Jesus refere-se ao caminho da cruz, mas os debates dos discípulos versavam sobre quem seria o maior entre eles. E a reação do Senhor apontava para a solidariedade com os menores, com aqueles “sem relevância”. Isso tudo exigia da parte dos discípulos uma profunda revisão dos seus ideais de vida para si. Tomado o ensinamento de Jesus na sua devida seriedade, também seriam outros os membros do seu círculo de amizades e de partilha”, explica.

O Arcebispo ponderou também que para ser cristão e viver a fé nestes tempos tão ricos e criativos, mas também tão contraditórios e excludentes, será preciso muita sabedoria e fortaleza de ânimo. Para ele, é imenso o bem que se pode fazer com tantos avanços da ciência e da tecnologia: são realizações nascidas do anseio humano por desvendar os mistérios da existência.

“Mas se faltar a atenção e afeição pelos fracos, os sem relevância, então a conquista será apenas expressão de poder. Quem pode desfrutará. Quem não tem forças perceberá ainda mais o quanto é frágil. Neste caso, o forte, o fraco, se tornam um perigo e ameaça ao outro. A problemática dos refugiados na Europa é o mais recente dentre os exemplos emblemáticos”, completa.

Por fim, Dom Peruzzo enfatiza que os caminhos resolutivos para tantos conflitos do nosso tempo empenham muitas demandas e complexidades. Ele destaca que não há caminhos simplistas ou mágicos, mas não se pode dispensar o lugar e a atenção aos mais fracos nos projetos de qualquer cristão que queira ter em grande apreço as opções inspiradas nos gestos e palavras de Jesus Cristo.

“E em situações contrastantes, os discípulos foram ensinados a combater os pendores de egoísmo. Este é um valor para ontem e para hoje”, conclui. (FB)

 
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