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Arautos


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“Depois da Missão Mariana…”
 
AUTOR: EP
 
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Durante uma semana, missionários dos Arautos do Evangelho batem de porta em porta nos lares e estabelecimentos, convidando os paroquianos a se integrarem ou reintegrarem à vida eclesial. Qual o resultado desse trabalho?

A Cavalaria de Maria é a comunidade missionária por excelência dos Arautos do Evangelho. Composta por jovens evangelizadores sempre prontos para acorrer a qualquer canto do Brasil, ela tem por finalidade ajudar os párocos em seu árduo “combate espiritual” pelo afervoramento dos fiéis.

   Para travar as lutas que isso comporta, conta com abundantes “armas” e uma poderosa estratégia: a Missão Mariana, habitualmente de uma semana de duração. Nesses dias o programa começa com Missa seguida de Adoração Eucarística, em geral na igreja matriz. Sacerdotes arautos, por vezes também o pá- roco, atendem Confissões.

Pe. Diego Carvalho dos Santos, pároco de
Nossa Senhora da Conceição
Alfredo Chaves (ES)

   Logo depois, os missionários partem para a “batalha” do dia. Percorrem as ruas de porta em porta, conduzindo uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Em cada casa, após breve momento de oração, convidam as pessoas presentes a participarem da Eucaristia na paróquia e indagam a respeito de suas necessidades espirituais: se há crianças sem batizar, casais carentes do Sacramento do Matrimônio, jovens que ainda não foram crismados ou não fizeram a Primeira Comunhão, doentes precisando da Unção dos Enfermos.

   Nos seus quinze anos de ininterrupta atuação, esta unidade missionária realizou Missões Marianas em 319 cidades de 78 dioceses do Brasil, levando uma mensagem de fé e esperança a 456.722 lares, estabelecimentos comerciais, centros educacionais e repartições pú- blicas. E os frutos, graças a Deus e a Maria Santíssima, têm sido abundantes. Prova disto são as 221 cartas de Bispos ou párocos que agradecem aos “cavaleiros” pelo seu profícuo labor e atestam a transformação operada após a missão na grei a eles confiada.

   Conheçamos a seguir alguns desses testemunhos.1

Maior participação nas Missas e aumento dos dizimistas

   “Disponíveis, alegres e dedicados para colaborar no labor pastoral”. É assim que os missionários da Cavalaria de Maria são qualificados pelo Pe. Luiz Antonio Bento, pároco de Nossa Senhora do Rosário, em Maringá (PR).

   E ele continua: “Uma de suas especialidades é bater de porta em porta, levando a bela imagem do Imaculado Coração de Maria, transmitindo palavras de alento e de fé, convidando a todos para a celebração da Missa na paróquia. O trabalho é metódico: em cada casa, perguntam sobre a situação da família quanto aos Sacramentos do Matrimônio, do Batismo, da Crisma e da Confissão. Ao término da missão, entregam ao padre os formulários com os nomes de todos que desejam integrar-se à vida paroquial”.

   As cifras mencionadas pelo Pe. Luiz Antonio na sua carta patenteiam a intensidade do trabalho: “Os Arautos visitaram 867 famílias, 62 estabelecimentos públicos e comerciais, totalizando 929 visitas. Ainda solicitaram o Sacramento do Batismo 87 pessoas, 78 o da Eucaristia, 68 o da Crisma, 38 o do Matrimônio e 21 o da Unção dos Enfermos. Nossas famílias jamais esquecerão o dia e momento em que bateram à porta de suas casas e adentraram com a belíssima imagem de Nossa Senhora de Fátima”.

   Segundo atesta o mesmo sacerdote, depois da missão dos Arautos “houve um aumento na participação nas Missas, possivelmente em função do retorno daqueles que estavam afastados. Houve também um aumento no número dos dizimistas”. De fato, os missionários nunca deixam de esclarecer os fiéis sobre a necessidade de contribuir generosamente para as despesas da paróquia.

“Centenas de famílias rezam o Terço pelo senhor”

   De Alfredo Chaves, no Espírito Santo, o Pe. Diego Carvalho dos Santos escreve a Mons. João Scognamiglio Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, dando comovido testemunho do que presenciou durante a Missão Mariana na Paróquia Nossa Senhora da Conceição.

   “Sem palavras para descrever o sentimento de alegria e emoção que invadiu o coração do povo de Deus, que naquela noite de segunda-feira abriu as portas do coração e da cidade para acolher os Arautos do Evangelho e a Mãe de Deus. Mais de cento e cinquenta veículos seguiram em carreata da entrada da cidade até a praça da igreja matriz. A semana missionária foi um tempo de reavivar a chama do amor de Deus”.

   A seguir acrescenta: “Os vossos filhos sacerdotes durante a semana celebraram com zelo e ardor as Santas Missas e atenderam centenas de Confissões, atenderam os enfermos com o Sacramento da Unção e deixaram um legado de amor para com a Santa Liturgia. Todas as noites a igreja matriz ficava superlotada para ouvir as palavras e os ensinamentos dos vossos filhos espirituais. Quando achávamos que já tínhamos muitas emoções, fomos presenteados com a formação do Apostolado do Oratório, que hoje visita mais de duas mil famílias por mês, são oitenta capelas e mais de noventa coordenadores. Os Arautos do Evangelho plantaram inúmeras sementes em nossa paróquia: desejo de confessar-se, maior respeito pela Santa Missa, verdadeira devoção a Nossa Senhora”.

Pe. Cláudio Cândido, pároco de
São Pedro, na Missa de
Encerramento em Presidente
Epitácio (SP)

   E somente as palavras finais da missiva já justificariam todo o esforço realizado na paróquia: “Obrigado, Monsenhor, e saiba que nas serras capixabas todos os dias centenas de famílias rezam o Santo Terço pelo senhor e por todos os Arautos do Evangelho. Conte com minhas orações e saiba que a passagem da Cavalaria e a presença constante dos Arautos em nossa paróquia suscitou no meu coração o desejo de ser um padre ainda mais santo e fiel a Jesus e sua Igreja”.

“Veio ao encontro das nossas reais necessidades”

   Impressiona também o relato do Pe. Cláudio Cândido, da Paró- quia São Pedro, de Presidente Epitácio (SP): “Desde que conheci os Arautos, aprendi a admirá-los pelo amor para com a Igreja e a disposição no serviço da evangelização. Os Arautos representam bem a diversidade da riqueza da Igreja, na sua multiforme forma de ser Igreja. Sempre os vi como grandes parceiros nesta obra de evangelização”.

   “Faz um ano e quatro meses que assumi esta paróquia. Encontrei-a em uma situação pastoral muito deficitária. Um êxodo paroquial que a deixou praticamente vazia. A missão dos Arautos veio ao encontro das reais necessidades do nosso povo: a visita nas casas com a imagem de Nossa Senhora foi o grande distintivo. Também de grande proveito pastoral foram as Confissões diárias e Celebrações Eucarísticas, nas quais a cada dia o número de fiéis participantes crescia sempre mais. Destaco aqui a criação do grupo dos Oratórios de Nossa Senhora de Fátima e a instituição da devoção dos Primeiros Sábados com a oração do Santo Terço na matriz, seguida da Santa Missa”.

Afastados há vinte e cinco ou trinta anos das atividades eclesiais

   “Confesso-me admirador incondicional do trabalho importante dos Arautos do Evangelho”, escreve o Pe. Evandro Magri Calvoso, da Paróquia São João Batista, de Clementina (SP). E prossegue: “Os resultados da Missão Mariana foram deveras positivos: mais frequência e participação nas Missas, a busca dos Sacramentos, principalmente por parte de adultos que nem sequer foram batizados, novos dizimistas e mais amor, respeito e devoção pela Santíssima Virgem”.

   Efeitos semelhantes foram constatados pelo Pe. Marivaldo na Paró- quia Cristo Rei, em Sorocaba (SP): “Após a Missão Mariana se sentem os frutos do trabalho realizado: aumentou consideravelmente o número dos participantes da Santa Missa. Muitos fiéis que não frequentavam regularmente a igreja, hoje procuram a paróquia para a Confissão, recomeçando sua caminhada a partir da semana missionária. Alguns estavam afastados das atividades eclesiais há vinte e cinco ou trinta anos. É comum ouvir ‘depois da missão dos Arautos…’ O mesmo se pode dizer em relação ao Sacramento do Matrimô- nio. Os casos que pareciam insolúveis, hoje com maior clareza buscam o Sacramento por opção de fé”.

“A missão só teve um defeito: durou pouco”

Pe. Evandro Magri Calvoso entrega um
Oratório na Paróquia São João Batista,
Clementina (SP)

   Há até quem faça uma amistosa crítica, como o Pe. Marcelo Néspoli Magalhães, SAC, da Paróquia Santo Ângelo, em Novo Airão (AM).

   Ele começa por reconhecer que “os frutos de tal missão foram um reflorescimento do interesse pelo Sacramento da Reconciliação e um redobrado ardor mariano. Até os cristãos separados da Igreja estão gradativamente retornando, na medida em que reconhecem na Igreja Católica a Mãe primorosa que quer e pode, por meio dos Sacramentos, santificar os seus filhos”.

   Logo a seguir aponta uma “falha”: “A missão dos Arautos só teve um defeito: durou pouco. Gostaríamos de reafirmar que nossa comunidade paroquial estará sempre aberta para acolher os cavaleiros de Maria, quem sabe, com uma missão mais demorada, de uma semana e meia ou duas… Que a Divina Providência vos faça crescer em número e em espírito para que possais levar a Fé Católica por todos os rincões do nosso Brasil”. 

Levar aos corações esperança, devoção, conforto e amor

   Um eloquente depoimento do casal Cleide e Célio de Souza Rodrigues, de Salto de Pirapora (SP), exprime o sentimento de muitos que participam dessas Missões Marianas: “Foi pelos arautos que recebemos conselhos, recebemos o Sacramento da Confissão, foi por essas mãos abençoadas que recebemos Jesus Eucarístico. Sabemos o quanto é difícil ser missionário, pois depende de muito esforço pessoal, da entrega total ao trabalho de evangelização, da ação generosa e gratuita. Podem ter certeza de que uma força sobrenatural os conduz, e nada vai detê-los; nem os desafios, nem as perseguições irão impedir que esse trabalho continue forte em todas as partes deste País. Esse abençoado trabalho é iluminado e protegido pelo manto de Nossa Senhora”.

   E a missiva conclui com o que entendem ser a razão do bom êxito desse apostolado: “Vocês fazem missão com coerência, dando testemunho. Isso é vida que se faz Vida. Missão feita por vocês não é só a beleza das vestimentas e das celebrações. É muito mais! Vocês se envolvem nas dificuldades da realidade. Vocês não têm medo de sujar as botas, percorrendo as ruas poeirentas ou lamacentas, para estar com o povo. Levam a imagem de Nossa Senhora e com ela a esperança, a devoção, o amor e o conforto aos corações”.

Os membros da Cavalaria num momento
de descanso após a Missão Mariana em
Foz de Iguaçu

   No livro do Príncipe dos Profetas lemos este encômio aos missionários de todos os tempos: “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que proclama boas novas e anuncia a salvação!” (Is 52, 7).

   Os arautos que se dedicam às Missões Marianas sentem-se ufanos de participar nesse anúncio e agradecem a Nossa Senhora pelos frutos com que Ela abençoa o seu trabalho. Nada há de mais alentador para quem só quer servi-La do que ver retornar para o seio da Santa Igreja os filhos d’Ela afastados, ajudar a reacender nas almas a chama bruxuleante da fé, encher os corações abatidos de conforto, esperança e amor. (Revista Arautos do Evangelho, Fevereiro/2018, n. 194, pp. 36 à 39)

1 Publicamos nesta Revista, há mais de três anos, um artigo relatando o dia a dia da Cavalaria de Maria e reproduzindo comentários de Bispos e párocos sobre as Missões Marianas realizadas em suas respectivas jurisdições (cf. OLIVEIRA GERALDO, EP, Thiago de. Uma comunidade religiosa em missão permanente. In: Arautos do Evangelho. São Paulo. Ano XIII. N.147 [Mar., 2014]; p.18-23). Todos os testemunhos aqui reproduzidos são posteriores a essa data.

 
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