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Espiritualidade


Pai por vontade do Espírito
 
AUTOR: DIÁC. THIAGO DE OLIVEIRA GERALDO, EP
 
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O relacionamento entre o fundador e seus seguidores é muito mais profundo, amoroso e abrangente do que comumente se poderia pensar. Trata-se de uma autêntica “geração espiritual” pela qual ele se torna verdadeiramente pai ou mãe de seus discípulos.

Perplexos e desalentados, dois discípulos de Jesus percorriam o caminho que levava da cidade de Jerusalém ao povoado de Emaús, distante cerca de doze quilômetros. Naquele domingo os espíritos estavam confusos; algumas mulheres diziam ter visto Anjos e anunciavam a Ressurreição do Senhor. Contudo, nada estava confirmado. Seria ilusão? Teriam elas se enganado? Afinal, por que teria morrido Jesus quando mais próxima parecia a proclamação do seu Reino?

   Pensamentos como esses deveriam povoar a cabeça dos discípulos durante aquela caminhada tão propícia à reflexão. Tomados pela perturbação de espírito, não reconheceram o Divino Mestre quando Ele passou a acompanhá-los.

   “De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?” (Lc 24, 17), perguntou-lhes Jesus. Depois de ouvir os queixumes e lamúrias daqueles pobres discípulos, o Salvador os repreendeu paternalmente: “Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas” (Lc 24, 25). E o pró- prio Senhor explicou-lhes as Escrituras, mostrando como era necessário que o Cristo sofresse para redimir os homens.

   Próximo de Emaús, Jesus aparentou ir adiante, forçando-os a fazer um pedido: “Fica conosco, já é tarde e já declina o dia” (Lc 24, 29). Aquiescendo, Nosso Senhor entrou com eles no povoado e manifestou- -Se diante de seus olhos, sendo reconhecido ao partir o pão.

Onde dois ou mais estão reunidos em meu nome…

Cristo Ressuscitado com os discípulos de Emaús – Catedral de Notre-Dame, Paris

   “Fica conosco, Senhor!” Essa súplica dos discípulos de Emaús é repetida pelos filhos de Deus em momentos de perplexidade e angústia, cientes da promessa que o Divino Mestre fez aos Apóstolos: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). 

   Porém, onde encontrá-Lo? Como estar com Jesus?

   Na Sagrada Eucaristia, temos a certeza de estar com Ele, em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Contudo, não O vemos como os discípulos de Emaús, que caminharam junto, olharam e falaram com Nosso Senhor.

   Seria esta a única forma de Jesus Se comunicar conosco? Certamente não! Porque o próprio Salvador declarou: “Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, o conseguirão de meu Pai que está nos Céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18, 19-20).

   Resta-nos, com os olhos da fé, O procurarmos, pois sua presença nos foi prometida pelo próprio Deus. Promessa infalível, portanto!

É o Espírito que suscita os fundadores

   Nos Evangelhos encontramos multidões seguindo o Homem-Deus: “Tenho compaixão deste povo. Já há três dias perseveram comigo e não têm o que comer” (Mc 8, 2). Qual motivo levou milhares de pessoas a acompanharem Jesus por todo esse tempo sem se preocupar com o que comer ou onde descansar, tal a atração exercida pelo Divino Mestre? 

   De um lado, todos viam n’Ele a suprema perfeição que um ser humano pode alcançar e se sentiam convidados a imitá-Lo, cada um de acordo com o próprio chamado. Isso lhes enchia a alma de consolação. Mas, no convívio com Ele, gozavam também de algum modo das alegrias celestes. Usando a linguagem da época, parecia-lhes estar já “no seio de Abraão”.

   Uma vez que Nosso Senhor subiu aos Céus e cessou sua presença física entre nós, como faz a Providência para atender esse legítimo e indispensável anseio de convívio com o Redentor?

   A resposta nos é dada pelo Pe. Fabio Ciardi, sacerdote dos Oblatos de Maria Imaculada especialista em vida religiosa e novos carismas: “Por ser somente Cristo a resposta suprema para o homem e para todas as suas necessidades, o Espírito Santo atende na Igreja às diversas necessidades do homem, tal como elas se manifestam ao longo dos séculos, suscitando os fundadores e fazendo deles outros Cristos”.1

   Por isso, conclui um célebre historiador religioso contemporâneo, “podemos dizer que a Igreja é como um majestoso Cristo, explicado, através dos séculos, por meio de diferentes formas de vida religiosa, em cada uma das quais se constata claramente um traço ou um aspecto da vida, do ensinamento e da pessoa de Jesus”.2

Imagem visível de Cristo para seus seguidores

   O exemplo dos fundadores atrai discípulos para uma via de perfeição específica. A família de almas que os segue se sente identificada com eles por representarem um ou mais dos infinitos aspectos do Divino Salvador que ainda não brilharam suficientemente na História. “Deus, através dos fundadores, quer abrir para sua Igreja uma nova forma de seguir a Jesus Cristo”, esclarece o Pe. Ciardi.3 E acrescenta: “Em virtude de seu próprio carisma, o fundador é chamado a inaugurar uma nova via de santidade, a refletir uma faceta do mistério insondável de Cristo e assim conduzir outros a uma plena entrega de si mesmos a Deus”.4

   Sem jamais ofuscar a paternidade divina, infinitamente superior à de qualquer ser humano, os fundadores escolhidos pelo próprio Deus devem ser uma imagem visível de Cristo para os seus imitadores.

   Explica Jean-François Gilmont na Revue d’Ascétique et de Mystique que, por ordem divina, o fundador é investido para engendrar o discípulo na sua nova vida. Seu exemplo e ensinamento oferecem-lhe uma como que imagem de Cristo. “O religioso entra numa milícia em que o chefe, do alto do Céu, o guia de uma maneira especial na luta que opõe Cristo a satanás. Essa mediação, longe de prejudicar a mediação única de Cristo, e essa paternidade, longe de obscurecer a paternidade única divina, constituem pelo contrário um louvor e uma exaltação do Deus Salvador”.5

Fecundidade espiritual do carisma

  O grande Apóstolo das gentes, intrépido evangelizador, quando tinha que apelar aos últimos recursos para converter alguém, não usava da autoridade com a qual fora investido por Cristo, mas recorria ao amor que o animava a buscar a salvação de seus filhos espirituais. Assim se dirigiu aos fiéis da cidade grega de Corinto: “Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como meus filhos muito amados. Com efeito, ainda que tivésseis dez mil mestres em Cristo, não tendes muitos pais; ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho. Por isso, vos conjuro a que sejais meus imitadores” (I Cor 4, 14-16).

   No caso dos fundadores, a paternidade espiritual não lhes advém do fato de batizarem ou introduzirem alguém na Fé cristã, mas sim da perfeição que Nosso Senhor quis manifestar na Igreja através deles e pela qual tantas almas se sentem encorajadas a seguir a Deus. Por isso, a característica mais importante da missão dos fundadores “é exatamente a fecundidade particular do carisma que lhes é concedido, que os torna capazes de gerar em torno de si a mesma vida, de se converterem em pais ou mães ordenados ao novo modo de presença na Igreja suscitado por Deus através deles”.6

   O relacionamento entre o fundador e seus seguidores é, portanto, muito mais profundo, amoroso e abrangente do que comumente se poderia pensar considerando o convívio de educadores, psicólogos ou até mesmo sacerdotes com seus discípulos. Trata-se de uma “geração espiritual” em que o fundador ou a fundadora torna-se verdadeiramente pai ou mãe de seus discípulos. Vejamos alguns exemplos.

Três exemplos históricos de paternidade espiritual

   Um cisterciense inglês, Santo Elredo, abade de Rievaulx, assim exprimia seu relacionamento filial com São Bento: “Ele é realmente nosso Pai; uma vez que foi ele quem, pelo Evangelho, nos engendrou em Jesus Cristo. Com efeito, tudo o que vós tendes de pureza na castidade, toda a doçura espiritual que degustais na caridade, toda a glória que vos presta vossa consciência por vosso desprezo pelo mundo, vossos trabalhos, vossas vigílias, vossos jejuns, vossa pobreza voluntária, tudo isso vem do seu ensinamento […]. Ele está para vós, pois, mais próximo que os outros Santos”.7

   Especialmente tocante é a célebre carta escrita de próprio punho a Frei Leão por São Francisco de Assis: “Assim te digo, meu filho, como uma mãe, que tudo aquilo que falamos no caminho vou dispô-lo e resumi-lo agora brevemente nestas palavras. E se depois de as ler te parecer oportuno vir me pedir conselho, assim te aconselho: seja qual for o meio que aches melhor para agradar ao Senhor Deus, seguir suas pegadas e imitar sua pobreza, faze-o com a bênção do Senhor Deus e com minha obediência. E se necessário for para o bem de tua alma, para teu maior consolo, e for tua vontade, Leão, vir a mim, não deixes de fazê-lo”.8

   Assim como São Francisco, também São Domingos – seu amigo e igualmente fundador – era considerado como pai e modelo a ser imitado por seus discípulos. Sobre ele escreveu o seu primeiro sucessor, o Bem-aventurado Jordão da Saxônia: “Sigamos, meus irmãos, segundo nossas possibilidades, os traços de nosso Pai e, ao mesmo tempo, rendamos graças ao Redentor que deu a seus servidores, na via que eles trilham, um chefe desse valor e que, por ele, nos engendra de novo à luz de sua santa vida”.9

O coração paternal de Dom Bosco

   Exemplos tão comovedores de santo convívio entre fundador e discípulos não são privilégio da Idade Média. Em eras bem mais recentes, encontramos numerosos exemplos, como este do fundador dos salesianos, narrado por alguns dos seus filhos espirituais: “Dom Bosco era pai, enviado por um Deus que é justamente o Pai infinito, do qual toda a paternidade no Céu e na terra recebe o nome (cf. Ef 3, 15). A convicção de que era possuído até o fundo de seu ser, é que devia encarnar, aos olhos de seus meninos, o amor paternal d’Aquele que o enviara a eles. E nestes meninos que chegavam de toda parte, devia suscitar filhos, filhos que se apegariam a ele, mas que atrás dele mesmo deviam perceber a Fonte do seu amor, e aprender com naturalidade, amando-o, a se tornarem filhos de Deus Pai e a realizarem por este meio sua mais verdadeira vocação”.10

   Devemos imaginar São João Bosco cercado por aqueles rapazes que viam nele uma imagem de Cristo, buscando a santidade na alegria de praticar a virtude. Não é possível cogitar que o Santo de Turim se entristecesse pela chegada de mais um filho espiritual ou por achar demasiado o trabalho que realizava. O coração de um fundador é feito para conter muitíssimos filhos espirituais, e seu amor não descansa enquanto não os vê a todos no reto caminho do Céu.

   Por essa razão, tanto maior amor vai manifestando o fundador quanto mais filhos Deus lhe concede. Ao considerar uma ordem religiosa, não se deve pensar em organizações meramente humanas, estruturadas sobre vínculos jurídicos, mas sim em famílias de almas, nas quais todos são irmãos e irmãs, filhos e filhas de um mesmo pai ou mãe. “Minhas filhas, dizia Santa Teresa com entranhada voz maternal às suas religiosas. Meus filhos, podem dizer todos os fundadores a seus religiosos, aos quais dão o ser a cada dia”.11

Monte sagrado no qual Se manifesta o Espírito

Moisés recebe as tábuas da Lei, por Bruno Spinello – Museu do Duomo, Pisa (Itália)

   À semelhança do antigo povo de Israel, que tinha Moisés por profeta e contemplava no Monte Sinai a presença de Deus entre os homens, assim são os discípulos convidados a trilhar o caminho de perfeição aberto pelo respectivo fundador. “Cada ordem religiosa teve seu Sinai na pessoa do fundador e seu carisma recebido de Deus. Nesse Sinai o Espírito Santo escreveu os mandamentos de seu beneplácito para todos os chamados a fazerem a peregrinação rumo à Pátria Celestial seguindo o fundador. Afastar-se dessa via é condenar-se à esterilidade e à morte do espírito”.12

   Quando alguém é chamado a fazer parte de uma determinada família religiosa e não quer seguir as pegadas do fundador, seu pecado se assemelha ao pecado cometido pelos israelitas ao pé do Monte Sinai, confeccionando um bezerro de ouro para substituir o verdadeiro Deus.

   A respeito deste tema, explica um frade carmelita do passado século: “Penso não haver um só religioso que não considere como altíssima distinção o poder chamar de pai e mestre a seu fundador. E assim nenhum filho ou filha do Carmelo poderia viver um só dia em paz consigo mesmo, se sua consciência o acusasse de que é filho ingrato daquele grande pai. Nenhum de nós poderia suportar o terrível peso tão somente da dúvida de que nossos santos fundadores pudessem aplicar-nos alguma vez aquelas terríveis palavras de São João: ‘Ainda que estivessem entre os nossos, posto que de nós saíram, não eram dos nossos’ (I Jo 2, 19)”.13

   A partir do momento em que Deus concede uma vocação a alguém, condiciona em função dela as graças que vai lhe conceder para alcançar a perfeição. Essa realidade é bem ilustrada pelas palavras de um filho espiritual de Santo Antônio Maria Claret: “Se há alguma coisa urgente e de necessidade vital para o membro de um instituto religioso é estreitar os vínculos de todo o gênero com o fundador, com seu espírito: pelo afeto, diríamos instintivo; pelo estudo e afã de penetrar mais profundamente no seu conhecimento; pela imitação sabiamente orientada e constantemente praticada. Isto é unir-se à fonte mais profunda da vida divina que flui deles, para enriquecer-se no espírito de sua vocação e nutrir-se para melhor serviço da Igreja”.14

Pelos frutos conhecereis a árvore

Beato Miguel Rua celebra sua primeira Missa assistido por Dom Bosco – Igreja de São Francisco de Sales, Turim (Itália)

  No famoso Sermão da Montanha, em que Jesus Cristo proclama as bem-aventuranças e ensina a mais perfeita das orações, o Pai-Nosso, também mostra como distinguir quem é realmente de Deus e quem é contra Ele, analisando os frutos que produz. O Salvador lhes ensinava, justamente, para que os filhos de Deus não fossem enganados: “Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores” (Mt 7, 15). 

   Se o exemplo de vida não condiz com os ensinamentos, é como tentar colher “uvas dos espinhos e figos dos abrolhos” (Mt 7, 16). Impossível! Por isso, pelos frutos do bom exemplo dado pelo fundador é possível conhecê-lo, e é isso que incentiva os discípulos a segui-lo por determinada via de santificação.

   “Os primeiros companheiros de Francisco seguem-no porque seu ‘exemplo’ conquista-os, porque desejam participar da sua experiência de vida. Também os companheiros de Inácio desejam compartilhar ‘seu modo de viver’. Ângela, apenas pelo seu modo de caminhar, mostrando em si a beleza de uma vida consagrada no mundo, ‘induzia os corações de outras mulheres a imitá-la’, atraindo logo as jovens a segui-la. Os sacerdotes unem-se a Vicente porque o veem em seu fecundo trabalho missionário. E o mesmo sucede com Francisca Schervier e com o Pe. Alberione”.15

   Os bons exemplos do fundador semeiam o desejo de santidade na alma dos discípulos. E porque o fundador foi chamado a refletir de maneira especial um ou vários aspectos das infinitas perfeições do Divino Salvador, acaba-se formando uma escola espiritual, na qual todos os membros em maior ou menor grau são partícipes da visão e da forma de santidade praticada pelo fundador.

   Bem expressou esta realidade o Papa Paulo VI em sua homilia no dia da beatificação do Pe. Miguel Rua: “É o primeiro sucessor de Dom Bosco, o santo fundador dos salesianos. E por que agora Dom Rua é beatificado, isto é, glorificado? É beatificado e glorificado exatamente porque foi o sucessor, ou seja, o continuador: filho, discípulo, imitador; o qual fez – com outros, sim, mas em primeiro lugar – do exemplo do Santo uma escola, de sua obra pessoal uma instituição que se espalhou, podemos dizer, por toda a terra; de sua vida uma história, de sua regra um espírito, de sua santidade um tipo, um modelo; fez da fonte uma torrente, um rio”.16

   Desta forma, cada fundador representará aspectos de Cristo crucificado e ressurreto perante a humanidade até o fim do mundo. Com tal promessa divina, ninguém poderá julgar ser órfão diante de Pai tão amoroso, que nos acompanha como o fez com os discípulos de Emaús, no momento em que eles mais precisavam… (Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2017, n. 188, p. 16 à 21)

1 CIARDI, OMI, Fabio. Los fundadores: hombres del Espíritu. Madrid: Paulinas, 1983, p.245. 2 ÁLVAREZ GÓMEZ, Jesús. La vida religiosa como respuesta a las necesidades de la Iglesia y del mundo. In: Vida Religiosa. Madrid. Vol. L. N.6 (Nov., 1981); p.453. 3 CIARDI, op. cit, p.125. 4 Idem, p.199. 5 GILMONT, Jean-François. Paternité et médiation du fondateur d’ordre. In: Revue d’Ascétique et de Mystique. Toulouse. Vol. XL. N.160 (1964); p.425. 6 CIARDI, op. cit., p.305. 7 SANTO ELREDO DE RIEVAULX. Sermo V. In natali Sancti Benedicti: PL 195, 239. 8 SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Carta a Frei Leão. In: http://www.franciscanos. org. 9 BEATO JORDÃO DA SAXÔNIA, apud GILMONT, op. cit., p.397. 10 AUBRY, SDB, Joseph; RONCO, SDB, Albino; BRAIDO, SDB, Pietro. O amor educativo. São Paulo: Dom Bosco, 1976, p.6. 11 RIOL, CMF, Eladio. La caridad en la vida religiosa. In: Vida Religiosa. Madrid. Vol. IV. N.4 (1947); p.24. 12 ALBA CERECEDA, SJ, José María. Un documento histórico del Papa. In: Ave María. Barcelona. N.486 (Fev., 1985). 13 LUCAS DE SAN JOSÉ, OCD. La santidad en el claustro o Cautelas del Será- fico Doctor místico San Juan de la Cruz. Barcelona: Rafael Casulleras, 1920, p.17. 14 JUBERÍAS, CMF, Francisco. La paternidad de los fundadores. In: Vida Religiosa. Madrid. Vol. XXXII (Jan.-Dez., 1972); p.326. 15 CIARDI, op. cit., p.300. 16 BEATO PAULO VI. Homilia na solene beatificação do Pe. Miguel Rua, 29/10/1972.

 
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