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“A sede de nada que faz adoecer”, tema de uma das meditações de hoje
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 20/02/2018
 
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Cidade do Vaticano (Terça-feira, 20-02-2017, Gaudium Press) Nesta terça-feira teve prosseguimento as reuniões dos exercícios espirituais de Quaresma dos quais participa o Papa Francisco, na Casa Divino Mestre, em Ariccia, próximo a Roma, o pregador, Pe. José Tolentino Mendonça, refletiu sobre o contrário da sede: a preguiça – a ‘atonia’ da alma – e seus efeitos.

20-02-2018 A sede de nada que faz adoecer.jpg

Então, numa das reuniões de hoje, o Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria ouviram o pregador, Pe. José Tolentino Mendonça, propor uma meditação intitulada:
“Esta sede de nada que nos faz adoecer”.

Renunciar a sede e o começo da morte

Padre Tolentino afirmou que o contrário da sede é a preguiça.
Quando perdemos a curiosidade e nos fechamos ao inédito ficamos apáticos e começamos a ver a vida com indiferença.

A sede, porém, ensina a arte de procurar, de aprender, colaborar, a paixão de servir. ” Quando renunciamos à sede, começamos a morrer “, disse o pregador.

Para ele, existem muitos sofrimentos escondidos dos quais devemos descobrir suas origens, eles se escondem no mistério da solidão humana.

Bom Samaritano desiludido

Um dos problemas mais comuns hoje é o chamado ‘burnout’, diz o pregador. Ele consiste em sentir-se em curto-circuito, esvaziado de energias físicas e mentais.

É um esgotamento emocional definido por alguns como ‘síndrome do bom samaritano desiludido’ e, na maioria das vezes, atinge pessoas que fazem da ajuda e da cura do próximo sua ocupação principal. Como acontece, por exemplo, os sacerdotes.

Uma pesquisa realizada entre o clero da Diocese de Pádua (Itália), indicou que os sacerdotes com maior risco de burnout, afirma o Padre Tolentino, são os jovens (25-29 anos) e os mais idosos, com mais de 70 anos.

Dentre as causas deste mal-estar, diz o pregador, citando a pesquisa, estão o peso excessivo das expectativas (pessoais e dos outros), a ausência de uma vida espiritual, o temor do juízo, a exposição demasiada a situações humanas difíceis, pouca solidariedade entre os sacerdotes, incapacidade de se comunicar…

Cratera existencial, sem amor de Deus…

Segundo o sacerdote português, quando nos sentimos amados como pessoas, amparados com afeto e acompanhamento, sabendo que nosso trabalho interessa, envolve e apaixona, temos a certeza de existir.

Mas, ressalta ele, quando nos sentimos abandonados, incompreendidos e com o coração ferido por dores que não sabemos curar, temos a impressão de não contar nada para ninguém:

” Fica só um vazio, uma ‘cratera’ existencial a ser preenchida com angústias e mundanidades: álcool, redes sociais, consumismo ou hiperatividade “

O padre recordou, então, que somos todos diferentes, cada um com sua beleza e fragilidades.

A beleza humana é aceitar-se como somos; não viver nos sonhos ou ilusões, na raiva e na tristeza. Ter o direito de ser o que somos… e seremos amados por Deus e preciosos a seus olhos.

Jonas ou a necessária terapia do desejo

O Padre Tolentino cita o livro bíblico de Jonas que, segundo ele, nos faz sorrir salutarmente de nós mesmos, ao invés de dramatizar.
O livro nos diz, afirma, que a sabedoria está nos anunciadores de esperança e não nos apocalíticos pregadores de tragédias.

Tristeza, atonia da alma

‘Um dos sinônimos da preguiça, a ‘atonia’ da alma, é a tristeza’, afirmou o pregador:
” Nem sempre o problema é o excesso de atividade, mas atividades mal vividas, sem motivação adequada, sem a espiritualidade que a torna desejável “

A preguiça pode ter diferentes origens, em relação à pastoral, por exemplo: insistir em projetos irrealizáveis; não aceitar a evolução dos processos; perder o contato real com as pessoas, não saber esperar, querer dominar o ritmo da vida… a ansiedade de obter resultados imediatos… a sensação de fracasso, de ser criticado, de cruz.

Superar tudo em Deus

Essa quarta meditação do Retiro foi concluída com o Pe. Tolentino relacionando a nossa sede ‘de água’ com a palavra que revela a necessidade profunda, íntima e dolorosa ‘vem’, que a Igreja experimenta com a chegada no Espírito.

Nesta palavra está o sinal de tudo o que precisamos, a razão de nossa esperança e ao mesmo tempo, a razão de nosso fracasso, cansaço… e a necessidade de superar tudo isso em Deus. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

 
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