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Bispo na Libéria descreve o drama do ebola em seu país: “Deus não nos abandonará!”
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 17/10/2014
 
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Monrovia – Libéria (Sexta-feira, 17-10-2014, Gaudium Press) Dom Anthony Borwah, Bispo de GBarnga, Libéria, deveria estar no Vaticano, atendendo o chamado da Igreja para participar no Sínodo Extraordinário sobre a Família. Em seu lugar, o fechamento de fronteiras por causa da epidemia de ebola em seu país impediu sua viagem, onde continua a serviço dos fiéis em um território que necessita de grande ajuda espiritual e material para enfrentar as dificuldades. “Como Bispo de meu povo, eu carrego em meu coração suas feridas e dores em cada momento da vida”, explicou o prelado à revista Time.

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As Horas Santas e a oração do Santo Rosário são parte integral da
estratégia da Igreja na Libéria em meio da epidemia.
Foto: Dome Poon.

Segundo informou a publicação, a Igreja na Libéria está profundamente comprometida na luta com a enfermidade. A estratégia combina meios naturais e sobrenaturais, e a iniciativa de Dom Borwah é reunir aos fiéis diariamente em uma Hora Santa com a oração do Santo Rosário das 17h às 18h, em um período compreendido de 1º de setembro a 30 de novembro. Neste encontro de oração, os católicos também cumprem as normas médicas para evitar o contágio da enfermidade e dedicam 10 minutos à formação preventiva e a informação sobre a evolução da epidemia.

Dom Borwah relatou à revista o drama humano que significa a enfermidade, com lugares de quarentena distantes da povoação onde devem remeter-se as pessoas que ficam separadas de suas famílias e amigos, comunidades completas que devem isolar-se e padecer as dificuldades próprias desta condição e um aumento da pobreza e os problemas sociais. “A situação do ebola paralisou duramente a economia, o que resulta em um aberto empobrecimento e fome”, explicou o prelado. A Igreja prepara programas de distribuição de alimentos a comunidades em quarentena e trabalha por exemplo, para lograr a aceitação dos sobreviventes do vírus, que são excluídos por temor à enfermidade. “Necessitamos mais apoio para alimentar aqueles que estão passando fome e enfadados, e para cuidar e guiar os sobreviventes do ebola que carregam o estigma.”

Segundo o Bispo, a epidemia não é o único desafio da Libéria. Além dos problemas sociais do país, graves desafios morais são enfrentados pela Igreja. A proliferação da infidelidade matrimonial, muito aceita culturalmente, a divisão familiar produto de mudança do sistema de valores das novas gerações e o grave flagelo da prostituição, acentuado pela pobreza e a falta de dignificação da mulher, figuram entre as prioridades que o Bispo destacou com urgência. “Eu creio que as causas do ebola não são só físicas, mas espirituais”, indicou o prelado. “Gosto de chamá-lo ‘o fenômeno ebola’ porque gera mais perguntas que respostas”.

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O vírus do ebola cobrou numerosas vítimas e isolou e dividiu famílias
e comunidades. Foto: EC/ECHO/Jean-Louis Mosser.

Em meio desta preocupante situação, Dom Borwah fez um chamado à oração e à solidariedade do mundo inteiro em favor daqueles que padecem a tragédia. “Os amigos de Jesus Cristo -os ‘ninguém’, os pobres, as mulheres e as inocentes, os que servem aos demais -necessitam ajuda tanto espiritual como material”, exortou o Bispo. “Eles estão perdendo a Fé, a esperança e o amor. Eles estão mais pobres, mais esfomeados e muito desesperados. Deus não nos abandonou e não nos abandonará, assim que por favor não nos abandonem em meio da matança do ebola. O Santo Padre ora pelos afetados do ebola todos os dias”, descreveu. Por favor, orem por nós”. (GPE/EPC)

 
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