No dia 2 de fevereiro celebramos a festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo, em conjunto com a Purificação de Nossa Senhora.
Fato narrado pelo Evangelho
Depois de Jesus ter nascido em Belém e de ter sido circuncidado oito dias após, Maria e José tiveram de cumprir uma dupla Lei: entregariam o Filho nos braços do sacerdote, para que este, ao oferecê-Lo ao Senhor, O resgatasse, sacrificando um animal nessa cerimônia.
A segunda era a purificação da mãe, pois esta tinha passado pela dor do parto e consequente sangramento, o que para os hebreus era uma impureza.
Assim, convictos da Lei que deveria ser cumprida, a Sagrada Família Se pôs a caminho do Templo após quarenta dias do nascimento do Infante Divino, para que a apresentação do Menino Jesus e a purificação de Nossa Senhora fossem cumpridas, por mais que nenhuma das duas normas fosse necessária.
Origem do rito da Apresentação do Menino Jesus
Por que toda família deveria cumprir estes ritos? Qual a sua origem?
Vamos encontrar na Lei Antiga os dois preceitos relativos ao nascimento dos filhos primogênitos.
No livro do Levítico, capítulo 12, lê-se que a mãe se considera impura após o parto e fica retirada em casa por quarenta dias, findos os quais devia ir ao Templo purificar-se.
Mandava também o livro da Lei que os pais do menino o levassem ao Templo e ali o oferecessem a Deus, segundo Moisés prescrevia: “Todo o filho primogênito deve ser oferecido ao Senhor” (Ex 13, 2), “deve ser o menino resgatado por cinco siclos de prata” (Nm 18, 16).
Esta quantia equivalia a vinte dias de trabalho de São José!
Fundamento da Lei Divina promulgada por Moisés
O objetivo da Lei de Moisés era lembrá-los de um prodígio grandioso: quando o Anjo exterminador feriu de morte, em uma noite, todos os primogênitos dos egípcios sem ferir os dos judeus.
Foi a última das dez pragas que Deus enviou, devido à dureza do coração do Faraó, ao permanecer na decisão de não permitir a saída do povo judeu.
Deus manda ao mesmo tempo, exigindo por meio de Moisés, que a partir daquela data todos os primogênitos deveriam ser entregues a Ele e depois resgatados por algum preço.
Já a purificação deveria ser feita pagando-se um tributo, que seria um cordeiro, ou, se a família fosse pobre, duas rolas. Por isso que, Maria sendo pobre, ofereceu ao Templo duas rolas.
Mas por que duas? Uma era para cumprir a lei da purificação e a outra para uma oferta de holocausto.
Todos esses ritos parecem estranhos aos nossos olhos, mas Deus os estabeleceu por causa da dureza e rudeza daquela civilização basicamente campestre e pastoril.
Lição recebida na Apresentação do Menino Jesus
Monsenhor João, fundador dos Arautos do Evangelho, lembra-nos de que, mesmo não obrigados a cumprir a Lei de Moisés, eles se puseram a caminho para observá-la com dedicação.
O exemplo conta muito para nós, seres humanos, e a Sagrada Família sabia disso.
Além do mais, como o próprio Jesus diria mais tarde, Ele não veio para apagar a vela que ainda tremula e quebrar o caniço rachado, ou seja, não descumpriria as leis que seu próprio Pai promulgara, dado o povo rebelde que eram os hebreus.
Por último, percebemos também que a Apresentação do Menino Jesus teve também um comprimento de onda imenso: o justo Simeão esperou a vida inteira por esse fato.
Também Nossa Senhora aumentou ainda mais sua união com seu Filho: Ela foi a única sacerdotisa da Antiga e Nova Lei, pois, neste fato, depois de saber que Jesus seria imolado, nas palavras do sábio e profético sacerdote, mais uma vez ratificou o oferecimento de Jesus por nossos pecados.