West Lafayette - China (Segunda-feira, 07-12-2015, Gaudium Press) O Prof. Fenggang Yang, ex-catedrático de estudos religiosos na Universidade Renmin da China em Beijing e Diretor do Centro de Religião e Sociedade China da Universidade Purdue nos Estados Unidos, estimou que a população cristã na China aumentará em mais de 225 milhões até 2030, cifra que equivale ao total atual de cristãos nos Estados Unidos. A mudança que pode apresentar-se na China foi comparada à registrada na antiga Roma.

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Da mesma forma que o Império Romano, o regime chinês perseguiu abertamente a religião cristã na segunda metade do século XX e tenta controlar suas atividades na atualidade. "Hoje, China se encontra em meio de uma revitalização religiosa que está reformando o panorama religioso global de maneiras profundas", explicou o Prof. Yang para GlobalPlus.

"Pense por um momento no que passou na nação mais populosa do mundo, a qual faz somente 45 anos tentou erradicar a transformação espiritual", convidou o acadêmico. "De 1950 a 2010, o número de cristãos na China aumentou de quatro milhões a 67 milhões". O crescimento dos cristãos seria projetado a 225 milhões em 2030, e "a experiência dos cristãos chineses na Coreia do Sul e Estados Unidos indica que é razoável esperar que o crescimento continue ao menos até que chegue a 30 % da povoação".
Acadêmico chinês nos EUA prevê crescimento da Fé cristã na China 2.jpgEsta última afirmação é de especial interesse, já que a povoação da China está próxima de alcançar a cifra de 1.400 milhões de pessoas. A possibilidade de crescimento cristão na China contrasta com diversas teorias como as que sugerem um maior crescimento do Islã no mundo ou as que predizem uma "obsolência" da Fé em meio do desenvolvimento econômico. "China está em meio de um grande despertar que está transformando o que uma vez pareceu ser a nação mais secular do mundo na vanguarda da expansão cristã no século XXI. Você pode encontrar esta surpresa. Faz um tempo, eu não podia tê-lo imaginado".

Uma tendência irrefreável

O autor recordou sua própria educação na China, onde se ensinava às crianças que Deus havia morrido e a religião havia ido, enquanto que se realizavam atos de culto à figura do mandatário. O ateísmo estatal, acompanhado da expropriação dos bens religiosos e a perseguição dos consagrados, foi dando lugar lentamente a uma maior liberdade religiosa até que fatos históricos como o movimento democrático de 1989 e o massacre de 04 de junho permitiram abrir as portas à prática religiosa.

Apesar das fortes pressões sociais sobre os crentes, especialmente se estes praticam a Fé fora das instituições controladas pelo oficialismo (como é o caso dos católicos pertencentes à chamada Igreja subterrânea), os cristãos registraram o mais alto crescimento que os situa entre o 5 e o 10 por cento da povoação atual. Esta presença marca para o acadêmico um ponto de não retorno. "Em um império é muito difícil implementar qualquer política a partir de cima da mesma. Como no Império Romano, qualquer esforço para frear o crescimento cristão na China neste ponto falaria", explicou. "Já está fora do controle do governo. Na China, fazer-se cristão é uma tendência irrefreável".

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As conversões individuais que estão sucedendo na China tem um impacto global, afirmou o especialista. "Quando você fala de 350 a 400 milhões de cristãos adicionais, os números mudam vastamente em favor do Cristianismo para que permaneça sendo a maior religião do mundo e reporte lucros, no lugar de perdas líquidas, entre aqueles que estão mudando de religiões", concluiu. "Em suas primeiras etapas, uma Fé nascida no Oriente se fez a religião dominante no Ocidente. Para compreender a Cristandade no início do terceiro milênio de sua existência, se deve olhar para o Ocidente". (GPE/EPC)