Belo Horizonte - Minas Gerais (Terça-feira, 01-04-2014, Gaudium Press) "Estando envolvido com muitas frentes de trabalho aqui na arquidiocese de Belo Horizonte e também na CNBB, confesso que recebi a notícia com perplexidade e também com certa preocupação. Como fazer bem tantas coisas ao mesmo tempo? Esforço-me para bem servir a Jesus Cristo, através do serviço ao povo de Deus. A Ele peço alcançar-me a graça de produzir algum fruto."dom_joaquim_mol_2.JPG

Foi assim que o Bispo Auxiliar de Belo Horizonte, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, em entrevista concedida à Gaudium Press, descreveu o momento quando foi anunciado neste sábado, dia 29 de março, como membro do Pontifício Conselho para a Cultura, dicastério criado em 1982 pelo Papa João Paulo II e atualmente presidido pelo Cardeal Dom Gianfranco Ravasi.

Sempre preocupado em fornecer o melhor de si em seus trabalhos, principalmente no ramo da educação, sendo ele Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, Dom Mol afirmou a nossa equipe que realizará aquilo que estiver ao seu alcance, "para o cumprimento da missão do conselho para a cultura".

"A mim agrada muito trabalhar da Igreja para fora, cuidar da relação da Igreja com o mundo, com as pessoas, com os que pensam diferente, desde as pessoas mais simples, dos meios populares, às pessoas que interferem no desenvolvimento dos povos", disse.

Conforme explicado pelo próprio Bispo Auxiliar, o Pontifício Conselho para a Cultura "nasceu iluminado pelo Concílio Vaticano II, o concílio que renovou a Igreja e a colocou em diálogo com a humanidade e com o mundo".

"O conselho para a cultura é aquele que prima pelo diálogo com a sociedade, com as artes, com as ciências, com as várias culturas, com os muitos modos de ver, de viver e de crer ou não crer", destacou.

O papel da cultura na educação religiosa no Brasil e a contribuição do Papa na difusão do Evangelho

Quando indagado sobre como avalia a situação da cultura relacionada à educação religiosa no Brasil nos dias atuais, o prelado acredita que o fator "é, acima dos conceitos tradicionais, aquilo que dá sentido à existência humana".

"Por exemplo, podemos falar de uma cultura da solidariedade quando as pessoas, praticando a solidariedade, fazem dela uma força propulsora para o viver. Há, hoje, muitas belas expressões culturais contemporâneas. Porém, há muito o que fazer", assinalou Dom Mol.

Sobre o papel do Papa Francisco na transmissão da Palavra de Deus, o novo membro do Pontifício Conselho para a Cultura avaliou:

"O Papa Francisco está aproximando pessoas, está falando francamente às mentes e corações, está estimulando os católicos a participarem da comunidade eclesial, está praticando valores do Evangelho tais como o perdão, o compromisso com a justiça, a mansidão, a misericórdia, o diálogo."

Porém, segundo ele, "é preciso, além de reconhecer a importância do Papa Francisco e sua forma de conduzir a Igreja, deixarmo-nos modificar por ele, pelas suas orientações. Vejo tantas pessoas admiradas, mas praticando as mesmas coisas de sempre, sem se abrirem ao novo que o Espírito está suscitando através dele".

Finalizando a entrevista, Dom Mol agradece à todos os fiéis arquidiocesanos pela sua nomeação ao dicastério:

"Ao povo de Deus presente na Arquidiocese de Belo Horizonte, agradeço o meu jeito de ser cristão e servidor da Igreja. Aqui, especialmente, aprendi a exercer o serviço ao povo. Rezem por mim. De mim esperem apenas uma pequena palavra e um pequeno gesto de abertura, de diálogo, de quem crê em Jesus Cristo e em sua mensagem de vida, capaz de dar sentido a existência de todas as pessoas", concluiu o Bispo Auxiliar.

Por Leandro Massoni Ilhéu