Rio de Janeiro (Segunda-feira, 15-02-2016, Gaudium Press) O processo de beatificação de Odette Vidal de Oliveira, a Serva de Deus Odetinha, continua. Na quarta-feira, 10, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, promoveu a divulgação do decreto da Congregação da Causa dos Santos.
O documento, assinado pelo prefeito da Congregação, Cardeal Angelo Amato, e pelo secretário, Dom Marcelo Bartolucci, reconhece de forma afirmativa o processo arquidiocesano de beatificação da jovem religiosa.
Ainda conforme o decreto, a Congregação discutiu no Congresso Ordinário realizado no dia 22 de a seguinte questão:
"Se consta da validade do inquérito diocesano realizado junto à Cúria Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro sobre a vida, as virtudes, bem como a fama e os sinais de santidade da Serva de Deus Odette Vidal Cardoso, conhecida como Odettinha, Fiel em Cristo Leiga; se os testemunhos foram legitimamente examinados, bem como o direito utilizado no caso de que se trata".
Sendo assim, a Congregação, "atenta ao voto redigido ‘ex officio' e avaliada diligentemente a questão, responde: afirmativo, isto é, consta da validade do mesmo inquérito diocesano no caso, correspondendo o mesmo a sua finalidade; sanado tudo o que, pelo direito, pode ser sanado".
O vigário episcopal para a Vida Consagrada e delegado para a Causa dos Santos da Arquidiocese, Dom Roberto Lopes, explicou ao site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que "a partir de agora, o Cardeal Amato nomeará um relator que trabalhará toda a documentação enviada à Roma, juntamente com os oficiais da Sagrada Congregação, assim como o postulador com outros teólogos vão organizar um documento precioso para o caso da beatificação, intitulado ‘Positio'".
Além disso, o prelado ressaltou que essa "é uma grande vitória" para a Arquidiocese por ver que os processos que estão realizando, "pouco a pouco, começam a progredir".
"Creio que para a Associação Odetinha e para todos os amigos de Odetinha, que desde a sua morte trabalharam tanto, é uma grande vitória, é um passo a mais. Temos que agradecer a Deus por mais esta graça para a Arquidiocese do Rio", disse.
Dom Roberto destacou também a importância de que "a Arquidiocese desperte as paróquias e os fiéis para a figura da Odetinha, em uma maior divulgação".
Odette Vidal de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1930. Seu pai morreu de tuberculose antes que ela nascesse e sua mãe, Alice, se casou novamente com o rico Francisco Oliveira, que adotou a pequena e a educou na fé católica.
A menina ficou conhecida pelo seu amor à Eucaristia e caridade com os mais pobres, sendo um testemunho de fé, simplicidade e humildade. Estudou no Colégio Sion, no Cosme Velho, e fez sua primeira comunhão na Basílica Imaculada Conceição, em Botafogo, onde estão hoje as suas relíquias.
Ela morreu de meningite, em 25 de novembro de 1939. Nos seus últimos instantes, após receber a comunhão, dizia "Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo".
Seu processo de beatificação teve início em 2013 e no início de 2015 foi encaminhada ao Vaticano a documentação reunida pelo Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese do Rio, a qual recebeu parecer favorável pela Congregação da Causa dos Santos.
Odette Vidal de Oliveira
Desde pequena, Odette Vidal de Oliveira sempre foi muito religiosa e manteve uma relação intensa com a oração, até mesmo em seus últimos momentos de vida.
Oriunda de Madureira, no Rio de Janeiro, a menina faleceu aos nove anos, em decorrência de uma meningite. Apesar disso, sua fama de santidade já era reconhecida por inúmeros fiéis que a ela atribuem numerosas graças.
Odetinha sempre rezava o terço diariamente e frequentava as missas. Seu exemplo inspira até hoje os católicos pelo testemunho de simplicidade e humildade.
"Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo", era a frase que sempre dizia após receber a sagrada comunhão. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações Arquidiocese do Rio de Janeiro