Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 15-07-2011, Gaudium Press) Hoje se completa 40 anos desde que o Papa Paulo VI instituiu o Pontifício Conselho "Cor Unum", dicastério com a nobre missão da promoção humana e cristã através de iniciativas especiais e intervenções humanitárias frente a calamidades, entre outros objetivos. Na edição de hoje do jornal, o cardeal Robert Sarah, presidente do dicastério, recorda a história do "Cor Unum".
O Pontifício Conselho nasceu com a carta "Amoris Officio", após a publicação da encíclica "Populorum Progressio" (1967) e da carta apostólica "Octogesima Adveniens" (1971) nos temas dos diversos interrogativos sobre o testemunho de vida cristã. O "Cor Unum", portanto, é ponto de referência e coordenação para os diversos organismos de caridade da Igreja.
Cardeal Sarah é presidente do dicastério desde outubro do ano passado |
O dicastério vaticano da caridade tomou esse nome dos Atos dos Apóstolos, "Cor Unum" - isto é, "um só coração". Como observa o Cardeal Sarah, "é a comunhão da Igreja o início do testemunho da caridade; esta, antes de fazer, é ser; é na comunhão na Igreja que se nutre a atenção pelos diversos membros do mesmo corpo, no recíproco cuidado (cfr. 1 Coríntios 12, 25); é graças à comunhão da Igreja que se desfralda a intenção de uma presença no mundo mais unitária, mais incisiva, mais universal".
A missão do Pontifício Conselho foi aumentada pelo Beato Papa Wojtyla em 1980 com dois outros organismos dependentes do dicastério. Depois de sua primeira viagem na África nasceu a Fundação João Paulo II em resposta ao problema da seca e da desertificação: e em 1992 a "Populorum Progressio", com a missão de ajuda aos países latino-americanos em particular na promoção dos índios e dos camponeses da América Central e e do Sul. O Dicastério exerce também a função de "seguir e acompanhar" a Caritas Internationalis, que hoje se manifesta na rede das 170 Caritas nacionais. Além disso, o "Cor Unum" intervém nas grandes calamidades e crises, como para o Líbano em 1988, para o Kuwait em 1991 e para o Haiti em 1993 e em 2010.
"Foi certamente um ato de grande significado o fato de que Bento XVI tenha desejado dedicar à caridade a sua primeira encíclica, "Deus caritas est". O Papa, que individualizou na ausência de Deus o problema mais dramático que atinge e enfraquece a cultura moderna, nos indicou ao mesmo tempo a estrada para encontrar um caminho até Ele: Deus é caridade e a caridade da Igreja é um testemunho irrenunciável para ajudar o homem de hoje a conhecer, encontrar e amar Deus, que é amor. Esta grande visão do pontífice tornou-se nos últimos anos cada vez mais a fonte de inspiração para a atividade de Cor Unum. Não se trata somente de manifestar com gestos concretos ou com iniciativas específicas a compaixão e a proximidade da Sé Apostólica às necessidades humanas: trata-se de imprimir a toda à pastoral da caridade da Igreja este sopro evangelizador. A caridade é o caminho mediante o qual o homem pode conhecer quem é Deus".
O cardeal africano é desde o dia 7 de outubro passado o novo presidente do dicastério. Ele vê essa missão como "mostrar a caridade de Deus ao mundo e em ligar Evangelho e caridade, na dimensão eclesial". "O Evangelho inspira a caridade e a caridade testemunha o Evangelho; o Evangelho motiva a caridade e a caridade confirma a verdade do Evangelho".
O purpurado também vê como desafio a "formação do coração" daqueles que se empenham nas obras de caridade da Igreja. Neste contexto, o cardeal recordou o próximo encontro dos bispos delegados e dos responsáveis dos organismos de voluntariado católico europeu com o pontífice, que acontecerá no Vaticano em 11 de novembro, memória litúrgica de São Martino.