Londrina (Quinta-Feira, 04/04/2013, Gaudium Press) Dom Orlando Brandes, arcebispo da arquidiocese de Londrina, no Paraná, refletiu em um artigo sobre a fé na ressurreição. Ele inicia o texto lembrando o apóstolo Paulo que afirmou: se Jesus não ressuscitou é vã a nossa fé. Para o prelado, tudo é vão sem a ressurreição, pois a Igreja seria apenas uma empresa, o evangelho uma invenção de espertos, Jesus de Nazaré nada mais que um mito e a morte apenas morte.
O arcebispo ainda acrescentou que sem a ressurreição, a oração é palavrório, as cerimônias religiosas um teatro aborrecedor, a caridade não passaria de uma espécie de filantropia. "O cristianismo sobrevive graças à ressurreição. A fé cristã fica de pé ou cai com a verdade da ressurreição. Jesus seria uma personalidade religiosa fracassada e nós ficaríamos abandonados a nós próprios. Só porque Jesus ressuscitou é que aconteceu algo de novo, que muda a situação. Jesus é critério de tudo no qual podemos confiar", disse.
Segundo Dom orlando, depende da ressurreição que Jesus tenha existido no passado e que exista no presente. Ele ainda explica que a ressurreição não é a reanimação de um cadáver, como foi o caso de Lázaro, mas a ressurreição de Jesus é algo totalmente diverso, ou seja, ele vive uma vida que não é sujeita à lei do morrer. "Isso significa que Jesus ressuscitado não voltou para esta vida histórica na carne, mas, entrou na vida eterna, inaugurando uma nova dimensão da existência humana, uma mutação decisiva, um salto de qualidade", enfatiza.
O prelado também avalia que estamos diante de um fato único, inédito, original, surpreendente. Ele recorda que foi a experiência com Jesus ressuscitado que transformou, arrebatou e conquistou o apóstolo Paulo e que somente a ressurreição é que explica a radicalidade da fé dos mártires e o prodígio da vida dos santos. Dom Orlando ressalta que a Igreja vive da ressurreição, pois o ressuscitado está entre nós, vivo e atuante na Eucaristia, na Palavra e nos irmãos. Onde dois ou três se reúnem em seu nome, ali está Jesus Ressuscitado.
"Foi a ressurreição que levou os cristãos a renunciarem ao sábado e à sua substituição pelo domingo. Por isso, a celebração do Dia do Senhor é uma das provas mais fortes de que em tal dia aconteceu algo de extraordinário: o sepulcro está vazio e o Senhor ressuscitado vem aos encontros dos apóstolos e de outras pessoas. Ser cristão significa essencialmente ter fé no ressuscitado. Respeitar o domingo é um ato de fé na ressurreição", pondera o arcebispo.
Por fim, Dom Orlando afirma que no principio está a ressurreição, isto é, no princípio do cristianismo e que tudo subsiste graças à ressurreição, do contrário, tudo se espatifa, fracassa e desaparece. De acordo com ele, todas as verdades da fé cristã dependem da ressurreição: Jesus, o evangelho, a Igreja, a verdade, o bem, o futuro, a esperança. Conforme o arcebispo, Jesus é o primeiro e o último, é aquele que vive, e se Ele ressuscitou, os mortos também ressuscitarão. Essa é a dimensão universal da ressurreição.
"Desde o batismo já estamos ressuscitando, entramos num processo de ressurreição que se aprofunda cada vez mais com a prática do bem, a oração, a recepção dos sacramentos, a conversão do coração, as provações da fé. Só nos resta ser testemunhas da ressurreição através dos gestos de amor, de alegria, da defesa da vida. Corações ao alto há um futuro. A vida plena, a eternidade, o céu, a esperança não são fantasias, mas a mais inaudita, real e boa notícia. Da verdade brota a missão, a evangelização, a transmissão da fé. Tudo tem sentido e valor", conclui. (FB/JS)