Somente Deus tem o poder de criar. Os outros seres, por mais sublimes e poderosos que sejam, são incapazes de fazê-lo.

Entretanto, em certos casos alguns Anjos manifestaram-se de modo perceptível aos sentidos humanos. Por exemplo, quando foram vistos por Abraão, Lot, Tobias e vários outros.

Em função dessas aparições descritas na Sagrada Escritura, afirma São Tomás: “Como os Anjos não são corpos, nem estão naturalmente unidos a estes, como já se viu, resulta que, às vezes, eles assumem corpos” (Suma Teológica. I, q.51, a.2).

As razões teológicas para explicar este portentoso fato são muito conclusivas:

Os Anjos não precisam de um corpo assumido, por si mesmos, mas por causa de nós; para que, convivendo familiarmente com os homens, indiquem-lhes a sociedade espiritual que estes esperam ter com eles, na vida futura.

E o fato de terem os Anjos assumido corpos, no Antigo Testamento, não foi senão o indício figurativo de que o Verbo de Deus haveria de assumir um corpo humano; pois todas as aparições do Antigo Testamento foram ordenadas a essa aparição, pela qual o Filho de Deus Se manifestou encarnado (ad 1).

Para o Doutor Angélico, o modo da formação do corpo por parte do Anjo seria, de acordo com os conhecimentos científicos do século XIII, a condensação do ar feita pelo poder divino na medida necessária para formar o corpo que o Anjo fosse tomar (cf. ad 3).

Contudo, podem os Anjos também representar em nossa imaginação a verdade inteligível por meio de imagens sensíveis, como que projetadas em nossa fantasia.

Posteriormente, eles fortalecem nosso entendimento para nos fazer entender o significado dessas figuras. É essa a maneira pela qual os Anjos iluminam os homens (cf. q.111, a.1).