Os desafios oferecidos pelo desconhecido sempre atraíram homens ousados e dispostos aos riscos da aventura. Cada geração teve seus desbravadores consagrados.

Os grandes navegadores rasgaram as vias oceânicas, os exploradores atingiram o coração das selvas, os alpinistas plantaram suas bandeiras nos picos mais soberbos e, por fim, a tecnologia abriu caminho às estrelas. Que limites ainda haveria?

Então pareceu que o velho oceano, para tantos posto em segundo plano, ainda tinha muitos segredos a serem desvendados.

O explorador francês Jacques-Yves Cousteau, com alguns amigos, teve o mérito de desenvolver os modernos aparelhos de mergulho, e estes, aliados às recentes técnicas de fotografia e filmagem, nos trouxeram maravilhas até então praticamente desconhecidas das regiões submarinas.

No mundo imerso, nada existe de comparável com a exuberante fauna e flora dos mares tropicais. Ali crescem os misteriosos corais, estruturas calcárias erigidas ao longo dos séculos por minúsculos animaizinhos, os pólipos, construtores inconscientes da beleza e magnitude de sua obra.

Recifes de coral podem atingir proporções colossais, como por exemplo, a Grande Barreira de Corais, na costa de Queensland, Austrália, que se estende por mais de 2.600 quilômetros, e compreende mais de 600 ilhas.

Sobre os corais, cresce uma infinidade de organismos exóticos e multicoloridos: mais de 4 mil espécies de moluscos e cerca de 500 tipos de algas marinhas.

Nesse paraíso oculto vivem mais de 1.500 variedades de pequenos e graciosos peixes, numa contínua competição em que ostentam a beleza de suas formas e suas cores. 

Além de tudo isso, o arrebatador mundo submarino possui uma característica, por assim dizer, mágica: tudo nele flutua, nada parece ter peso.

E outra que pode parecer de pouca importância, mas que não deixa de convidar à reflexão: ele é totalmente silencioso, pelo menos até onde os nossos limitados ouvidos podem captar.

Longe do mundo humano, sem proferir discurso ou mesmo palavra, os pequenos e curiosos habitantes do reino dos corais são um contínuo, silencioso e eloquente espetáculo da maravilhosa harmonia da criação.