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Pregador do Papa faz forte chamado ao arrependimento e a aceitar o mistério da redenção
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 09/04/2012
 
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Roma (Segunda-feira, 09-04-2012, Gaudium Press) O Padre Raniero Cantalamessa, religioso capuchinho e pregador do Santo Padre, fez um chamado ao arrependimento na Liturgia da Paixão do Senhor, durante a última sexta-feira, 6. A pregação, levada a cabo na Basílica de São Pedro em Roma, recordou que a Liturgia não é uma simples representação mas que renova a realidade mesma que comemora. “Não estamos celebrando um aniversário”, afirmou o sacerdote, “mas um mistério”.

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Bento XVI faz sua adoração diante da Cruz

Frei Cantalamessa recordou textos de antigos padres da Igreja para explicar o sentido da Liturgia da Paixão do Senhor. Neles, eram comparados o sofrimento de Cristo com a imagem de uma batalha cujo ganhador, Nosso Senhor, ao invés de conservar o prêmio, o compartilhava com seus seguidores.

Nas palavras de São João Crisóstomo, citadas por um pregador, “não estivemos em agonia, não fomos feridos, nem sequer vimos a batalha e ainda assim obtivemos a vitória”. O santo logo convidava aos fiéis a fazer o mesmo que os soldados fariam nesse caso: “Com vozes alegres exaltemos a vitória, entoemos hinos de louvor para o Senhor!”. O sacerdote explicou que a Liturgia Sexta-feira Santa, que inclui a Adoração à Santa Cruz, tem este mesmo sentido e não poderia explicar-se com um melhor exemplo.

O padre Cantalamessa refletiu a seguir sobre a atualidade da liturgia, que é a realidade mesma do passado que representa. Apoiado em um texto de Santo Agostinho, o sacerdote explicou que a liturgia “renova” o evento, inclusive chegando a ser de alguma maneira “mais verdadeiro e real” para aqueles que a vivem atualmente “de acordo com o Espírito”, do que para aqueles que o viveram “de acordo com a carne”, já que “o Espírito Santo revelou seu significado completo a Igreja”.

Não é um aniversário, mas a renovação de um mistério

“Não estamos celebrando um aniversário, mas um mistério”, expressou Frei Cantalamessa, que novamente citou a Santo Agostinho para fazer a distinção. Um aniversário requeriria unicamente, nas palavras do santo, indicar uma data para recordar o dia em que teve lugar o evento, enquanto que a celebração do mistério “não só se comemora, mas que se faz de forma que se entende seu significado e se recebe devotamente”. Para o pregador da Santa Sé, “isto muda tudo. Não é uma questão de assistir a uma representação, mas de aceitar o significado, passar de espectadores a atores”. “Ninguém pode permanecer neutro”, acrescentou.

A aceitação do mistério não sucede automaticamente por tomar parte na liturgia, mas que requer um ato de fé. Uma pregação do século quarto, citada pelo Padre Cantalamessa explica esta afirmação: “Para cada homem, o começo da vida é quando Cristo foi imolado por ele. Sem embargo Cristo é imolado por ele no momento no qual ele reconhece a graça e se faz consciente da vida que obteve por esta imolação”.

O padre Cantalamessa propôs como figura desta aceitação da graça da redenção de Cristo ao bom ladrão, crucificado ao lado de Jesus no relato evangélico. Ele obtem de Deus a graça de sua salvação, porque confia e clama sua misericórida, porque é consciente de seu pecado e se arrepende, porque entende e aceita o mistério da redenção, em contraste com aqueles que insultavam e se riam de Jesus.

O sacerdote dirigiu-se à aqueles que tinham cometido de forma anônima graves crimes que tinham ficado sem resolver-se: ” O bom ladrão faz um chamado a todos os responsáveis: façam como eu, saiam a campo aberto, confessem suas faltas: vocês experimentaram a alegria que tive quando escutei as palavras de Jesus: ‘hoje estarás comigo no Paraíso!'”, exortou o pregador, que fez também um forte chamado ao arrependimento: “Não leve seu segredo à tumba; lhe traria uma condenação muito mais terrível que a humana”, afirmou o sacerdote, que ofereceu, em troca o perdão de Deus e sua misericórdia pronta para acolher a quem se arrepende. “Ainda que teus pecados sejam vermelhos como o escarlate, ficaram brancos como a neve”, afirmou, citando o texto de Isaías.

O Padre Cantalamessa terminou sua pregação recordando o chamado da liturgia e a tarefa dos católicos na Sexta-feira Santa: “com vozes de júbilo exaltaremos a vitória da cruz, entoemos hinos de louvor ao Senhor”.

 
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