A dignidade, os direitos humanos fundamentais não são intermitentes, nem podem ser revogados. Cada vida é preciosa e ninguém deve ser sacrificado por ação ou negligência, dizem Bispos Mexicanos.
Cidade do México (Segunda-feira, 20-04-2020, Gaudium Press)
Os Bispos mexicanos, através da Conferência Episcopal do México, lançaram um apelo no qual pedem que não sejam esquecidas as principais considerações da bioética e do respeito à vida durante a atual situação surgida a propósito da pandemia do covid-19.
Segundo afirma o texto dos Bispos, “É em momentos como o atual, quando há um grave risco para todos, que devemos aprender a anunciar, a partir de nossa fé, que a dignidade e os direitos humanos fundamentais do homem não são intermitentes, nem podem ser revogados. Cada vida humana é preciosa e ninguém deve ser sacrificado por ação ou negligência”.
Dentro destas perspectivas é que os prelados mexicanos recordam que “em uma sociedade pluralista como a nossa, que a todo custo tem necessidade de reconhecer a igual dignidade de todas as pessoas e evitar ações discriminatórias e desumanas”.
“Omitir fazer um diagnóstico o mais aprofundado possível da propagação da epidemia não é somente um erro estratégico, mas também um erro moral”.
“Os profissionais de saúde têm pleno direito à proteção necessária para realizar seu trabalho, por si só arriscado, nas condições mais seguras possíveis”, escrevem os Bispos mexicanos em seu apelo.
Para os prelados “Não é eticamente justificável pedir que o pessoal de saúde cuide de pessoas infectadas ou potencialmente infectadas sem fornecer a eles todo o material necessário para a própria proteção. Ninguém pode ser obrigado a arriscar a própria saúde e eventualmente a vida sem necessárias proteções”.
Quanto à classificação dos pacientes para tratamentos seletivos, os Bispos também se pronunciaram:
“É previsível que no México seja necessário realizar processos de seleção de pacientes para atribuir diferentes tipos de atendimento. Esses processos devem ser realizados contemporaneamente, levando em consideração: a urgência do caso, do tipo de necessidade a ser atendida e do fato que os recursos destinados serem o mais vantajoso possível para o paciente”.
(…) Os pacientes nunca devem ser abandonados, mesmo quando não há cura: as curas paliativas, como lidar com a dor e o acompanhamento são uma exigência que nunca deve ser esquecida”.
No apelo da Conferência dos Bispos do México, os prelados afirmam que “É importante evitar qualquer ação que explícita ou secretamente possa levar à eutanásia ou o excesso terapêutico. A este propósito são essenciais decisões prudentes por parte dos médicos e uma compreensão global dos cuidados paliativos. ”
Eles estão convencidos de que “a original exigência moral de amar e respeitar a pessoa como um fim e nunca como um mero meio” é inevitável.
Os prelados da Conferência Episcopal do México concluem sua reflexão confiando o povo mexicano à proteção da Virgem de Guadalupe:
“Mãe do verdadeiro Deus pelo qual vivemos, vela por todos, sobretudo os mais vulneráveis e doentes, nesta pandemia. ( Covid-19-Pedido de proteção a Nossa Senhora de Guadalupe- Veja aqui )
Que nossa Mãe Celestial possa operar o milagre da solidariedade da qual tanto precisamos em nossa nação e que, ao final deste árduo período de provação e purificação, nós mexicanos, graças à Sua intercessão, possamos nos tornar mais irmãos e nos aproximar mais uns dos outros”. (JSG)