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Encontro de Jesus com sua virginal Mãe
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 12/11/2019
 
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Redação (Terça-feira, 12-11-2019, Gaudium Press) Contemplemos Nosso Senhor carregando a Cruz às costas, sendo chicoteado pelos algozes romanos e ridicularizado pelo populacho judeu que O seguia.

Encontro de Jesus com sua virginal Mãe-Foto Arquivo Gaudium Press.jpg

Nobreza no andar, distinção no porte, sobriedade de maneiras

Comenta Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Não podemos sequer imaginar a extraordinária formosura do Filho de Deus, toda a beleza do seu Corpo e de sua face sagrada. Sem dúvida, o conjunto dos princípios da estética do universo estavam condensados no semblante de Jesus.

“E quem fala da face, deve pensar no olhar. O olhar divino d’Ele, espelho
da Alma, certamente ainda mais esplendorosa que o Corpo. Só esse olhar seria suficiente para encantar os Anjos por toda a eternidade.

“Além disso, devemos pensar em Nosso Senhor caminhando, com movimentos repassados de graciosidade, nobreza no andar, distinção no porte, sobriedade de maneiras, e sua infinita bondade se irradiando a todo momento de modo incomparável.

“Que dizer então da voz do Divino Mestre dirigindo-se ao povo que O seguia? Quem pode conceber a variação dos timbres, a capacidade de expressão e de santa sedução que Ele imprimia em suas frases? Terá sido o som mais cativante que foi dado ao homem ouvir, desde o começo até o fim do mundo. […]

“Todo aquele esplendor fenecera; seus traços maravilhosos perderam a forma. Tudo desaparecera por força dos maus tratos, dos flagelos, dos açoites que Lhe arrancaram pedaços da carne e espalharam seu Sangue por todos os lados. Na aparência externa de Nosso Senhor, tudo deixara de ser atraente. Ele não era senão uma imensa chaga sanguinolenta que passava, levando a
Cruz às costas.”

Crivado por tantos sofrimentos, qual era a atitude de alma do Redentor?

“Havia n’Ele o entusiasmo de Carlos Magno, o ímpeto dos Cruzados, o fogo de São Luís ou de São Fernando, ou do Bem-aventurado Nun’Álvares Pereira e de todos os guerreiros cristãos de todas as épocas. E também a ênfase de todos os Doutores, de todos os apologistas, a severidade de todos os teólogos, as desconfianças de todas as inquisições equilibradas e santas, o ímpeto de ação de todos os missionários; tudo isso havia neste passo decidido com que Jesus tomou a Cruz e levou-A até o alto do Calvário!”

O rosto virginal de Maria e sua túnica ficaram tintos com o Sangue divino

Em determinado momento, o Divino Salvador encontra sua virginal Mãe. É possível conceber o que Nossa Senhora sofreu?

“Imaginemos o que sentiria qualquer mãe que, andando pela rua, ouvisse de repente um alarido e, aproximando-se, visse seu filho sendo chicoteado, deitando sangue por todos os poros, padecendo dores indizíveis, carregando uma cruz, objeto da selvageria de um populacho brutal, vil, dando risada dele, dizendo atrocidades e levando–o, junto com essa cruz, para ser crucificado e morrer no mais horroroso dos martírios, no alto de uma montanha.

Essa mãe desmaiaria, ficaria psicótica, louca, conforme o caso poderia até morrer.

“Ora, Nossa Senhora queria a Nosso Senhor Jesus Cristo incomparavelmente mais bem do que qualquer mãe possa querer a seu filho. Em primeiro lugar, porque Ela é a melhor Mãe que houve e haverá; mas também porque Ela teve um Filho incomparavelmente melhor do que qualquer outro. […]

“Pois bem, Ela vê esse Filho, o próprio Deus, a própria Santidade, tratado assim por aquele populacho!

“Quando Ela teve o encontro com Ele durante a Via Dolorosa, quando O abraçou, O osculou, e recebeu a glória enorme de ter o seu rosto virginal e sua túnica tintos com o Sangue divino, […] qual terá sido o sofrimento d’Ela?”

O momento da separação

Quanto seria legítimo que Jesus Se detivesse ao longo da via dolorosa, consolando-Se e consolando sua Mãe!

“Entretanto, o momento da separação depois deste rápido colóquio chegou. Ó dilacerarão, é preciso que Vos separeis um do outro. Nem Ela nem Vós, Senhor, contemporizais. O sacrifício segue seu curso. E Ela fica à beira do caminho… É melhor nem dizer como, vendo-Vos, que Vos distanciais aos poucos vertendo Sangue, com passo incerto e vacilante, em demanda do último e supremo sacrifício.

“Maria tem pena de Vós. Ela Vos segue com o olhar, vendo-Vos só, em mãos de verdugos e de inimigos. Quem há de Vos consolar? Ó vontade irresistível, arrebatadora, imensa, de seguir vossos passos, de Vos dizer palavras de meiguice que só Ela sabe dizer-Vos, de amparar vosso Corpo divino, de Se interpor entre os carrascos e Vós, e, prostrada como quem implora uma esmola inestimável, suplicar para Si um pouco dos golpes que Vos dão, contanto que com isto Vos firam um pouco menos, não Vos magoem tanto a carne inocente! Ó Coração de Mãe, o que sofrestes neste lance!”

O que mais fazia Nossa Senhora sofrer era o pecado

“Nem a Terra, nem o mar, nem todo o firmamento, poderiam servir de termo de comparação à vossa dor. […] Vossa dor maior não foi por contemplar os inexprimíveis padecimentos corpóreos de vosso Divino Filho.

“Que são os males do corpo, em comparação com os da alma? Se Jesus sofresse todos aqueles tormentos, mas ao seu lado houvesse corações compassivos! Se o ódio mais estúpido, mais injusto, mais alvar, não ferisse o Sagrado Coração enormemente mais do que o peso da Cruz e dos maus tratos feriam o Corpo de Nosso Senhor!

“Mas a manifestação tumultuosa do ódio e da ingratidão daqueles a quem Ele tinha amado… a dois passos, estava um leproso a quem havia curado… mais longe, um cego a quem tinha restituído a vista… pouco além, um sofredor a quem tinha devolvido a paz. E todos pediam a sua morte, todos O odiavam, todos O injuriavam.

“Tudo isto fazia Jesus sofrer imensamente mais do que as inexprimíveis dores que pesavam sobre seu Corpo.

“E havia pior. Havia o pior dos males. Havia o pecado, o pecado declarado, o pecado protuberante, o pecado atroz. Se todas aquelas ingratidões fossem feitas ao melhor dos homens, mas por absurdo não ofendessem a Deus! Mas elas eram feitas ao Homem-Deus, e constituíam contra toda a Trindade Santíssima um pecado supremo. Eis aí o mal maior da injustiça e da ingratidão.

“Este mal não está tanto em ferir os direitos do benfeitor, mas em ofender a Deus. E de tantas e tantas causas de dor, a que mais Vos fazia sofrer, Mãe Santíssima, Redentor Divino, era por certo o pecado.

Peçamos a Nossa Senhora a graça de nos compenetrarmos de que o pior dos males que trituram o mundo atual é o pecado.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” – 215)

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1- CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. “Carregou nossos pecados e suportou nossas dores”. In revista Dr. Plinio, São Paulo. Ano XI, n. 120 (março 2008), p. 11.

2- Idem. Como enfrentar a dor. Op. cit. Ano XVII, n. 199 (outubro 2014), p. 19.
3- Idem. A glória excelsa de Maria Santíssima. Op. cit. Ano XVIII, n. 212 (novembro 2015), p. 22-23.

4- Idem. In PRECES PRO OPPORTUNITATE DICENDAE. São Paulo. Edições Loyola. 2016. 3. ed., 2016, p. 181.

5- Idem, ibidem. p. 209-210.

(ARM)

 

 
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