São Gomário nasceu numa nobre família de Emblehem. Jovem ainda, foi enviado à corte do rei Pepino, o Breve, que lhe confiou um posto de grande responsabilidade.

Alguns anos depois, desejoso de empreender duma peregrinação a Roma, partiu com alguns amigos, Na tarde do primeiro dia de jornada, acamparam no prado dum rico homem, Tendo os servidores que o acompanhavam, e aos amigos, cortado uma bela arvora para construir-lhes uma grande tenda, tal ato suscitou séria discussão entre os servidores e o proprietário das terras, que apareceu de repente.

Gomário, doce e gentil, depois de grandes esforços, tendo apaziguado a cólera do homem em cujos campos pararam, conseguiu autorização para ali permanecerem até a manhã seguinte. E o Santo, tomando dois pedaços da árvore, porque os servidores dela tinham feito dois postes, uniu-os apertadamente com o seu cinto, e todo sinal de que havia sido cortada desapareceu.

Abismado, o dono daquelas paragens tudo fez para que Gomário aceitasse aquele terreno. Recusando, o Santo acabou por aceitar a doação - uma vez que, à noite, um anjo, aparecendo-lhe na forma duma branca pomba, ordenou-lhe que não continuasse a peregrinação, aceitasse as terras e nelas construísse um oratório. Foi o oratório que mais tarde recebeu o nome de Ledon ou Lierre.

Logo, surgiu uma capela que Gomário dedicou a São Pedro. Ali, na fundação, São Gomário levou vida de contemplativo, enquanto que, em Emblehem, onde às vezes ia, fazia vida ativa, dedicando-se febrilmente às obras de misericórdia.

São Gomário adoeceu, e morreu no mesmo dia - 11 de Outubro de 775. Estava, então, em Emblehem, mas foi levado para Lierre e ali enterrado.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVIII, p. 106-107)