Sendo celebrada no dia 27, Santa Zita vem para abrir as comemorações do dia 1º de maio, dedicada a São José, Padroeiro do trabalhador.
Isto porque a santa é a protetora de todas as empregadas domésticas, declarada pelo Papa Pio XII.
Início de uma vida de serviços
Santa Zita nasceu em 1218, perto da cidade de Luca, na Itália.
Tinha muitos irmãos, e seus pais não tinham condições de dar-lhes uma vida digna.
Por isso, para que Zita tivesse alguma chance, eles a mandaram para ser criada doméstica de uma família rica da região.
Infelizmente, não consoantes com o espírito cristão, os senhores de Zita não eram gentis ou pródigos, tornando a vida da pequena, que tinha completado seus doze anos apenas, muito difícil.
Naquela época, as criadas domésticas não recebiam salário, recebendo comida, alojamento e vestimenta no lugar.
Se os patrões fossem mais receptivos, podiam até dar um dote de casamento à criada, a fim de que pudesse receber uma vida mais segura.
Porém, não foi o que aconteceu com Santa Zita: ela continuou neste regime de semiescravidão por toda sua vida.
Cristã de coração
A empregada Zita, entretanto, começou a se diferenciar de todos os outros criados pela sua constância e seriedade em serviço, bem como gentileza e doçura no trato para com todos.
A razão: Zita era profundamente cristã, e o pouco que aprendera com sua família, guardava em seu coração com prodigalidade.
Tal era sua caridade que começou a recolher tudo que lhe era destinado pelos patrões para dar aos pobres, num ato de generosidade que ultrapassava as próprias necessidades.
Sua vida de piedade era notada pelos outros auxiliares da casa, que viam, em suas horas vagas, Santa Zita recitando com devoção suas preces.
Os patrões começaram a notar a eficiência de Zita e lhe fizeram chefe da casa e de todos os criados.
Ela se tornou comandante de todos os afazeres domésticos e sua situação melhorou, apesar de ainda não ser a ideal, pois mesmo assim não recebia salário.
O ciúme dos outros criados subiu às alturas, e eles se confabularam contra Santa Zita.
A acusação que fizeram aos patrões era a de que a empregada destinava material de seus senhores para os pobres.
Santa Zita só lhes dava o que lhe concernia, não tocando naquilo que não era seu.
Mas como explicar isso aos patrões atiçados pela criadagem ciumenta?
Certa vez, ela foi surpreendida pelo seu senhor carregando algumas comidas que seriam destinadas ao lixo, levando-os aos famintos e paupérrimos, na dobra de seu avental.
Este, já provocado pelas mentiras dos outros, perguntou o que Zita levava.
“Flores”, disse ela, desdobrando o tecido. De lá, caíram várias pétalas e botões de rosa.
Era Deus mesmo defendendo, por meio de um milagre, a honra de sua preferida.
Santa Zita e a promessa de Jesus
Sua linda vida de dedicação foi chegando ao fim.
Não foi uma existência fácil, muito menos justa.
Entretanto, no que cabia a Zita, foi a santa serva fiel e dedicada a Deus, o Qual sabia velar por ela.
Foi aos sessenta anos, numa manhã do dia 27 de abril de 1278, que a santa expirou.
Seu corpo foi exumado em 1652, quase quinhentos anos depois, e foi achado perfeitamente conservado, incorrupto.
Ele está hoje na Basílica de São Frediano, em Luca, tornando-se um lugar de peregrinação e milagres.
O que é mais impressionante em toda sua história?
De seus patrões, ricos e famosos em sua época, nem o nome se guarda.
De Santa Zita, porém, uma empregada doméstica em condição de escravidão, tem-se uma basílica para guardar seus restos mortais, com sua história sendo contada todos os anos neste mesmo dia.
É a promessa de Nosso Senhor que se mantém: “Eu venci o mundo!”
E os que estiverem a vida toda com Ele, sempre vencerão.