Muito ouvimos, em sermões e homilias, sobre os fatos que acompanharam a Anunciação da Virgem.
Neste artigo, vamos ressaltar uma de suas mais essenciais virtudes num dos episódios mais excelsos da História: a castidade na Anunciação.
A glória da castidade na Anunciação
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
O Anjo entrou onde Ela estava e disse: “Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
O Anjo, então, disse-Lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
Maria perguntou ao Anjo: “Como acontecerá isso, se Eu não conheço homem algum?”
O Anjo respondeu: “O Espírito virá sobre Ti, e o poder do Altíssimo Te cobrirá com sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1, 26-32).
É preciso nos lembrarmos de que a castidade de tal maneira é um dos maiores ornamentos da pessoa humana, que Nosso Senhor Jesus Cristo quis fazer de Nossa Senhora a obra-prima de todos os séculos: Virgem antes, Virgem durante e Virgem depois do parto.
Não se compara com nenhuma outra glória, e se eleva tão alto!
Percebamos que, segundo o Evangelho, Nossa Senhora não Se abalou com nada: aparece-Lhe um Anjo, que A proclama cheia de graças, anuncia a vinda do Messias, e Ela ouve em silêncio!
Ela tinha fé no Senhor e sabia que, por mais singular que todos aqueles acontecimentos parecessem, havia uma explicação e concatenação dos fatos: eram as profecias, tão estudadas por ela, que estavam se realizando.
Mas quando o Santo Arcanjo Gabriel teceu o convite para que fosse Mãe, esta foi sua única objeção: “Como pode ser isto se Eu não conheço varão?”
Quer dizer, não Lhe passava pela cabeça que Ela tivesse que perder a sua virgindade; até mesmo para ser a Mãe de Deus. De tal forma, a castidade, a virtude da pureza, era importante para Maria Santíssima!
Aliás, a fecundidade de Nossa Senhora resultou de sua virgindade; Ela não teria sido escolhida para ser Mãe de Cristo se não fosse Virgem. Esta é a glória da castidade na Anunciação.
Virtude excelsa, mas tão pouco praticada
Que mau exemplo dão, então, os cristãos que passam longe da castidade! Que a ofendem, que quebram os limites, seja numa vida de virgindade ou castidade conjugal, na fidelidade entre os esposos!
Hoje, numa data tão feliz como a da Encarnação do Senhor, devemos honrar a castidade na Anunciação de Maria!
A vida do homem católico, da mulher católica, deve ser um hino à pureza!
Enfim, a mesma convicção de Dr. Plinio Corrêa de Oliveira precisa ser a nossa:
Dada a impureza com sua sordície e sua abominação, custe-me o que custar, eu não serei assim. E por isso, eu me imporei todos os sacrifícios, renunciarei a todas as coisas necessárias.
Mas inflexivelmente e implacavelmente, haja o que houver, eu não consentirei nos maus pensamentos, nos maus olhares, nos maus contatos.
Eu atravessarei todas as barreiras, eu não me incomodarei com o riso.
Nada do que faz os homens capitularem me fará capitular a mim, com a graça de Deus. Para isto, me ajudará a lembrança de que estou sob os castíssimos olhos de Nossa Senhora.
Más companhias, não! Ocasiões de tentação, não!
Dai-me, ó Mãe, uma repulsa enérgica contra tudo e contra todos que queiram afastar-me de Vós!