Devemos invocar o nome de Maria sempre que necessário.

Deus sempre valorizou o nome das pessoas e, em muitos casos, eles estiveram intimamente ligados à sua missão. Assim, Simão recebeu do próprio Cristo o nome de Képhas (Pedro), pois seria a pedra sobre a qual o Senhor edificaria a sua Igreja (cf. Jo 1, 40s; Mt 16, 18).

A importância dos nomes

A Sagrada Escritura sempre atribuiu profundo valor ao nome dos personagens do povo de Deus. O próprio nome de Jesus exprime sua identidade e missão: “Deus salva”. Foi o Anjo Gabriel quem o revelou a Maria e a José: “Ela dará à luz um Filho, a quem tu porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados”. (Mt 1, 21).

Se assim é com o Salvador, podemos facilmente concluir que também o santíssimo nome de Maria não foi dado sem um significado sublime.

Certamente foi escolhido por Deus e inspirado a seus santos pais, Ana e Joaquim. E o mesmo Arcanjo Gabriel, quando se dirige à Virgem, pronuncia o seu nome com reverência: “Não temas, Maria, porque achaste graça diante do Senhor” (Lc 1,30).

O santo nome de Maria

Todo católico deve pronunciar o nome de Maria com ternura e devoção.

No Rosário, repetimo-lo inúmeras vezes, implorando a sua poderosa intercessão: “Ave Maria, cheia de graça… Santa Maria, Mãe de Deus”…

Em nossa nação, os pais cristãos se comprazem em dar a suas filhas este bendito nome: Maria Isabel, Maria Aparecida, Maria do Carmo, Maria das Dores… Quantos “Marias” multiplicados pela devoção filial de um povo profundamente mariano!

Se o nome de Jesus manifesta sua glória e sua missão redentora, o nome de Maria resume em si o conjunto das perfeições divinas. Não sem razão a piedade cristã afirma: “Deus Pai reuniu todas as águas e chamou-as mar; reuniu todas as graças e chamou-as Maria”.

De Maria pode se falar sem cessar, e ainda assim jamais se dirá o bastante.

O testemunho dos Santos

Diversos Doutores e Padres da Igreja exaltaram a grandeza do santo nome de Maria:

São Pedro Crisólogo ensina: “O nome de Maria é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade, sacrifício agradável a Deus, escola de santidade, nome maternal por excelência”.

São Boaventura afirma:

Bem-aventurado aquele que ama vosso nome, ó Maria, porque ele é fonte de graça que refresca a alma sedenta e a faz produzir frutos de justiça. Quem o leva em seu coração será libertado do temor da morte. Basta pronunciá-lo para fazer tremer o inferno e pôr em fuga os demônios. Quem deseja possuir a paz e a alegria do coração, honre o vosso santo nome.

São Bernardo, inflamado de amor filial, exclama: “Ó dulcíssima Maria, vosso nome não pode passar pelos lábios sem abrasar o coração! Os que Vos amam não podem pensar em Vós sem experimentar um consolo e uma suavidade inefáveis”.

O santo abade Raimundo Jordão acrescenta:

A Santíssima Trindade Vos deu um nome que, depois do de vosso Filho, está acima de todos os nomes. Ao ouvi-lo, todas as criaturas se ajoelham no Céu, na terra e até no inferno, reconhecendo nele graça, glória e virtude incomparáveis.

Tão excelsa é a virtude contida neste nome que, segundo a piedade cristã, ele conforta os débeis, cura os enfermos, ilumina os cegos, suaviza os corações endurecidos, fortalece os combatentes, anima os cansados e derruba o poder dos demônios.

A saudação “salve Maria”

Ciente da força inefável que brota da invocação de Jesus e Maria, a Santa Igreja consagrou-lhes festas e atos de piedade ao longo dos séculos.

Entre estas expressões de devoção está a saudação “salve Maria!”, tão difundida em nossos dias. Mais que uma simples fórmula, ela manifesta o desejo de manter sempre viva a recordação da Mãe de Deus nas relações humanas, tornando-a presente como símbolo e realidade sacratíssima.

A palavra “salve”, no latim, por vezes tem a conotação de “alegra-te”.

É exatamente a saudação dirigida pelo Arcanjo Gabriel à Santíssima Virgem na Anunciação: “Ave (salve) Maria!” (Lc 1, 28).

Assim, dizer “salve Maria!” é desejar que Ela seja sempre glorificada, e é proclamar com júbilo a grandeza daquela que é o Paraíso de Deus revelado aos homens.

Inefável mistério

Com o Apóstolo, podemos exclamar: “Nec oculus vidit, nec auris audivit, nec in cor hominis ascendit” (1 Cor 2, 9) – os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, nem jamais subiu ao coração humano o que Deus reservou para sua Mãe Santíssima.

Se quisermos compreendê-La, será necessário contemplar antes o Filho, e vice-versa.

Maria é a digna Mãe de Deus. Diante de tal mistério, só nos resta repetir com os Santos: “Hic taceat omnis lingua” – toda língua aqui emudeça.