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“Sem a Palavra a iniciação à vida cristã não acontece”, diz o Arcebispo de Londrina
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 03/09/2014
 
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Londrina – Paraná (Quarta-Feira, 03/09/2014, Gaudium Press) A animação bíblica da vida da Igreja é o tema do mais recente artigo de Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Londrina, no Estado do Paraná, que recorda que a CNBB lançou o Documento 97 cujo título é: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na missão da Igreja”. Para o Prelado, estamos diante de uma proposta bíblica corajosa que chamamos de “Animação Bíblica de toda a vida da Igreja e da Pastoral”, passando da “pastoral bíblica” para uma animação bíblica de toda a Igreja.

De acordo com o Arcebispo, o que se pretende é colocar a Palavra no centro, respeitar sua primazia como alma do nosso ser e agir cristão. Ele ressalta que a Palavra deve ser a inspiração, a seiva, o caminho, o alimento da vida sacramental e pastoral, para evitarmos a sacramentalização e o devocionalismo. Para isso, Dom Brandes avalia que é necessário três experiências com a Palavra: formação bíblica, oração bíblica e anúncio da Palavra.

“É bom recordar a mensagem conclusiva do Sínodo da Palavra (2008) onde se diz que a Palavra tem uma ‘voz’, isto é, a revelação divina, tem um ‘rosto’ que é Jesus Cristo; tem uma ‘casa’ que é a Igreja e tem um caminho que é a missão.”

Ainda segundo o Prelado, grande ênfase é dada à leitura orante da Bíblia (Lectio Divina) através da qual acontece um encontro pessoal com Deus, um relacionamento por Jesus Cristo, seu Evangelho e seu reino. Conforme ele, outra oportunidade privilegiada de encontro com a Palavra de Deus é a homilia por ocasião das celebrações litúrgicas. Além disso, Dom Brandes salienta que maior atenção deve ser dada à celebração da Palavra onde não há sacerdotes para celebrar a Missa.

“Para acontecer a animação bíblica de toda a vida da Igreja, o Documento faz algumas propostas novas, a saber: tornar a Bíblia o livro principal da catequese, realizar um ano bíblico, promover congressos bíblicos, criar comissões bíblicas em todos os setores da Igreja, oferecer subsídios bíblicos, rezar a Liturgias das Horas ou ao menos os salmos com o povo”, enfatiza.

Outro aspecto mencionado pelo Arcebispo é que a animação bíblica de toda a vida da Igreja deve facilitar o acesso à Bíblia nas famílias, preparar os leitores (ministros da Palavra), realizar retiros bíblicos e ter escola bíblica nas paróquias e fomentar o profetismo. Ele acrescenta que semanas bíblicas, maratonas, dia da Palavra, simpósios, seminários bíblicos e outras criatividades especialmente na internet são bem-vindas, como também educar para o silêncio, a escuta e o amor à Palavra.

“A dimensão bíblico social é fundamental para o profetismo, a promoção dos direitos da pessoa, a reconciliação, a paz, a política. Especial atenção deve ser dada aos pobres, migrantes, doentes, defesa do meio ambiente. Os jovens, os encarcerados sejam atraídos a conhecer e viver a Palavra.”

Por fim, Dom Brandes destaca que os meios mais comuns para a animação bíblica são os círculos bíblicos, os grupos de reflexão, as CEBs, os meios de comunicação social, as missões populares. Ele acredita que é preciso dar uma dimensão bíblica a todos os eventos celebrativos como: novenas, procissões, romarias, reza do rosário, via-sacra, religiosidade popular, acólitos, infância missionária e movimentos eclesiais.

Para o Prelado, sem a Palavra a iniciação à vida cristã não acontece e, por isso, nos seminários tem que ser oferecido, além dos estudos bíblicos, a leitura orante da Palavra, para que os vocacionados adquiram um coração bíblico, pois antes de ser mestra do anúncio, a Igreja deve ser mestra da escuta da Palavra de Deus.

“Percebemos que a CNBB quer alavancar o amor à Palavra de Deus e dar-lhe a primazia que merece. Hoje é ainda muito atual a pergunta: ‘Que fizeste com minha Palavra’? (Bernanos). Em nossos tempos falamos de iniciação cristã, nova evangelização, missão permanente e necessidade do profetismo. Para tudo isso acontecer há uma condição: o amor, o conhecimento e a vivência da Palavra de Deus”, conclui. (FB)

 
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