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Espiritualidade


O relógio de Gulliver
 
PUBLICADO POR ARAUTOS - 20/09/2017
 
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Ia começando este matéria dizendo mais ou menos o seguinte: “Como é de conhecimento geral…”, mas pelo que relatam a respeito dos hábitos de leitura das gerações mais recentes, vejo que não é o caso de fazer assim.

Seria para transmitir observações que ouvi relacionando um episódio das “Viagens de Gulliver” com os dias atuais.

A narrativa das “Viagens de Gulliver”, resumidamente, consta do naufrágio — que o autor põe no século XVIII — do navio em que viajava Gulliver, sua árdua tarefa de nadar em meio a tempestade e alcançar exausto a praia de uma ilha. Chegando à praia no limite de sua resistência, joga-se na areia e lhe vem um profundo sono. Ao acordar percebe estar todo amarrado e cercado por uma multidão de homenzinhos com a estatura de apenas uns poucos centímetros. Depois disso a narrativa continua.

De toda ela, há um fato pitoresco: ao apresentar os vários objetos que Gulliver portava, em certo momento entra uma carroça rangendo os eixos pelo enorme peso que carrega: era o relógio de Gulliver.

Um arauto vai apresentando ao rei local — minúsculo como os demais — os diversos objetos. No caso do relógio de Gulliver diz:

— Este, majestade, parece ser o deus dele porque tudo que faz, o consulta.

Esse episódio veio à mente relacionando com algo que vemos a todo momento em nossos dias. Seja numa sala de espera, num ônibus, na fila de um banco, no saguão de aeroporto, na escola, na rua, etc. muitos estão fazendo uso deste aparelho: celular.

Analisando duas fotos: A primeira, uma família encontra-se espalhada pela sala e cada um digita seu celular; no final da noite cada um vai dormir sem ter trocado uma palavra… na segunda foto ainda mais expressiva (eu ia dizendo constrangedora…): na mesa de um restaurante um casal de noivos conversa animadamente… pelo celular, apesar de estarem frente à frente.

Perguntava-me que laços de afeto pode haver na família da primeira foto? Que matrimônio vai sair de um noivado feito à base de celular? Uma frase escrita não tem a mesma força que a mesma frase falada. Nesta, a entonação de voz, a expressão fisionômica com que é dita, etc. revelam mais que as simples palavras. Muitas vezes revelam até a insinceridade…

Que futuro aguarda à “geração do celular”?

 
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