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Espiritualidade


As cores do Paraíso
 
AUTOR: IRMÃ JULIANE VASCONCELOS ALMEIDA CAMPOS, EP
 
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Verdadeiras joias vivas, estes passarinhos são preciosidades postas por Deus na natureza para deleitar o homem e fazê-lo ter saudades do Paraíso.
sanhaço-de-fogo fêmea (piranga flava) em Campos do Jordão,.jpg
 saí-azul (dacnis cayana) no Horto Florestal de São Paulo.jpg
saí-verde (chlorophanes spiza) em Ubatuba (SP).jpg
 tiê-sangue (ramphocelus bresilius) no Vale do Ribeira (SP).jpg

Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18, 2), cantam belamente as Escrituras. Não conheceu o salmista nossas cidades atuais, verdadeiras selvas de concreto armado, iluminadas por potentes luzes artificiais, onde já não é mais possível contemplar a maravilha de uma noite estrelada. Contudo, ainda podemos admirar-nos, por exemplo, com o suave movimentar das brancas nuvens, que a imaginação infantil concebe como imponentes montanhas de algodão, ou com espetaculares pores de Sol, que pintam toda a natureza de exuberantes cores, tão vivas como nenhum artista seria capaz de conceber.

Mas, quiçá, em todo o mundo natural, o que mais nos atraia seja o reino animal. E no vastíssimo leque de espécies existentes, podemos pensar na agilidade, elegância e beleza das aves.

O pequeno tico-tico se destaca pela vivacidade com que faz algazarra em bandos. O cisne desliza suave na placidez de um lago, como se dispensasse qualquer esforço para se locomover. O beija-flor, na delicadeza de suas asas e seu bico, voa veloz cortejando as flores. E as andorinhas buscam os telhados e a proximidade com o homem, como à espera de uma mão amiga que queira compartilhar com ela as migalhas de seu pão.

E como falávamos de cores, talvez sejam as aves a classe mais rica em colorido do reino animal. A variedade de tonalidades é enorme, deixando atônito um observador pouco versado em ornitologia. É o que podemos apreciar nas simpáticas saíras, que exercem um atrativo especial justamente pelas cores de sua plumagem. Apresentam uns azuis, uns vermelhos, uns verdes ou dourados que mais parecem pedras preciosas aladas, sublimando com a vida o reino mineral.

Tanto que têm servido de modelos para incontáveis escultores que modelam em pedras semipreciosas, e até mesmo preciosas, lindas figuras destes pássaros.

Verdadeiras joias vivas, estes passarinhos, saídos das mãos do Divino Artífice, são maravilhas postas por Ele na natureza para que, em harmonia com a diversidade de outras cores presentes no mundo vegetal e mineral, possam deleitar o homem e fazê-lo ter saudades do Paraíso, com um desejo ainda maior de conhecer as grandiosas belezas celestiais.

Saibamos admirar os encantos deste mundo com os olhos postos na eternidade, pois, como diz poeticamente Santo Agostinho, “se são belas as coisas que fez, quão mais belo é Aquele que as fez”.1 E tenhamos a certeza de que o que Deus tem reservado para os que se salvam é ainda mais belo, pois “os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (I Cor 2, 9). (Revista Arautos do Evangelho, Fevereiro/2014, n. 146, p. 50-51)

1 SANTO AGOSTINHO. Enarratio in Psalmum CXLVIII, n.15. In: Obras. Madrid: BAC, 1967, v.XXII, p.894.

 
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