Toda criança faz perguntas. Em quantidade. A todo propósito, sobre tudo.
Nós mesmos, quando meninos, enchíamos de perguntas nossos pais. Estes, por sua vez, faziam o mesmo a nossos avós. Hoje é a vez de nossos filhos. E até nos olhões dos bebês já se entrevê uma mente interrogativa, anunciando a chegada de uma nova geração de curiosos.
Ora, por trás dessas perguntas podemos discernir o instinto humano da busca da verdade. É o que o homem mais faz; quase se diria ser esta sua principal ocupação.
Pensemos no estudante, que interroga livros e professores, no cientista, que se debruça sobre as ínfimas porções da matéria; o homem vive procurando desvendar os segredos do universo. Aliás, a obra da ciência não é senão um constante interrogar-se sobre a verdade oculta nas coisas.
E, paradoxalmente, o homem, tantas vezes dúbio e mentiroso, se acha no direito de exigir dos outros respostas retas e verazes. Por isto, quando toma conhecimento de uma notícia, uma descoberta, uma afirmação, logo se pergunta: “Será verdade?”…
Ora, ele não viveria tão aflito atrás da verdade se não intuísse a existência de uma Verdade absoluta.
Desde que começa a pensar, o ser humano levanta interrogações sobre ela, mas, mesmo intuindo sua existência, não consegue defini-la. E, do mesmo modo como Pilatos indagou ao Divino Mestre: “O que é a verdade?” (Jo 18, 38), hoje muitos se perguntam: “Existe mesmo a verdade?”
As escolas filosóficas respondem cada qual à sua maneira: há aquelas que se autoproclamam donas da verdade, até outras que negam a possibilidade de conhecê-la, e outras que, no extremo oposto, afirmam sua não existência.
Se o mundo hodierno parece andar sem rumo, não será justamente por ter perdido a bússola que o orienta para a verdade? Ou até a própria noção da essência dessa Verdade?
Mais e mais pessoas passam, assim, a viver descoladas da realidade. Pois a verdade não é coisa, nem ideia, nem escola de pensamento… É uma Pessoa!
Alguém que, Se encarnando, quis Se revelar a nós e nos trazer a Verdade, a qual é Ele mesmo, segundo sua afirmação: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6).
Sim, Jesus Cristo é a Verdade, que habitou com os Apóstolos, morreu na Cruz, mas permanece em todos quantos guardam suas palavras, isto é, praticam seus mandamentos (cf. Jo 14, 15; 14, 23).
Vida, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. Isto é a Verdade. Verdade que veio para os seus, mas foi por eles rejeitada (cf. Jo 1, 11). Rejeição que o mundo reserva também para todos aqueles que são, verdadeira e sinceramente, apaixonados insaciáveis pela Verdade… pois esta é infinita!

 Revista Arautos do Evangelho, Ano XXIV, nº 287, Novembro 2025
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                 Revista Arautos do Evangelho, Ano XXIV, nº 286, Outubro 2025
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                 Revista Arautos do Evangelho, Ano XXIV, nº 285, Setembro 2025
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